Distraídos venceremos

 

Conheci Feliz ano velho (1982), romance do Marcelo Rubens Paiva, e desabalei em busca de outros livros que tivessem aquela linguagem e dialogassem com o adolescente que eu era no fim da década de 1980. E, “pelos caminhos que ando/ um dia vai ser/ só não sei quando”, apareceu Distraídos venceremos. Li a obra de capa vermelha, amarela, branca e cinza mais de duzentas, trezentas, quatrocentas vezes. Conheço os versos de todos os poemas, os breves, então, posso falar continuamente deles e sobre eles. O ritmo, todo o som, a força das palavras, a sensação de liberdade ao ler e reler a obra: tudo me encantou na poesia do Leminski durante anos, até eu nem precisar mais ler: os poemas habitavam o meu imaginário. E, “ano novo/ anos buscando/ um ânimo novo”, deixei o livro na estante por mais de uma década – as páginas do exemplar que tenho ficaram amarelas. Em 2013 apareceu Toda poesia e viajei outra vez não apenas nos poemas de Distraídos venceremos, mas também nos outros títulos e poemas do autor de uma obra capaz de seduzir e monopolizar quase toda a atenção daquele adolescente que fui: “abrindo um antigo caderno/ foi que eu descobri/ antigamente eu era eterno”.

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