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Mostrando postagens de maio, 2011

O legado tropicalista de Wilson Bueno

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Wilson Bueno  tropicalizou Curitiba, o Paraná, o Brasil. Mais do que apenas um escritor, e ele foi – e é – um dos nomes de destaque da ficção contemporânea, esse sujeito irrequieto soube, como poucos, dialogar com autores e culturas variadas e ainda desenvolver uma linguagem radical. “O que me consola é que não guardo esperanças com relação a tudo o que vai aqui registrado. Já o disse em algum logar, e o digo de novo, e senão o disse, digo-o pela primeira vez – assim que me enfade o passatempo chinfrim, pico isto tudo em pedacinhos e o fragmento do fragmento jamais dirá o que foram as partes e muito menos ainda o todo.” O trecho, transcrito no parágrafo acima, está na página 21 de Amar-te a ti nem sei se com carícias (Planeta, 2004), obra na qual Bueno recria a dicção de Machado de Assis. O escritor paranaense conhecia a tradição. Poderia, como demonstrou em diversas oportunidades, reproduzir outras vozes marcantes do universo literário. De Machado a Guimarães Rosa, de Lewis Carrol

Todas as cores de Minda-Au

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O escritor Guido Viaro, que tem o mesmo nome de seu avô pintor (1897-1971, o autor da linda imagem de post), escreveu uma resenha, em feitio de texto de e-mail, sobre Minda-Au (Record). O que o Guido percebeu, sentiu e disse sobre o meu livro é de uma beleza que precisa ser compartilhada com todos vocês. "Oi Marcio, li teu livro. Aqui vão algumas apreciações. Acho que os sete contos dialogam, e o livro chega a parecer um romance com sutis fios que os unem . Essa comunicação tem uma base comum, são os meios tons , os momentos de espera, a acidez estomacal, o tédio, o céu nublado ... os tijolos que constróem o núcleo vivo da existência. Por isso o livro fala fundo . Sem apelar para clichês (fáceis quando confunde-se realidade com a realidade recriada), o livro sustenta a dúvida hamletiana do ser ou não ser. Vale à pena? Não será a vida uma sucessão de instantes tediosos sem qualquer sentido, e que sempre acaba da mesma forma? Ouvi essas perguntas enquanto lia . E não ouvi nenhuma

Minda-Au no Indústria & Comércio

A escritora Isabel Furini escreveu um texto sobre Minda-Au  (Record), e o conteúdo foi publicado no jornal Indústria & Comércio , de Curitiba, confira: Conheci Marcio Renato em 2006, quando ministrou uma palestra para a turma da Oficina de criação literária, que oriento no Solar do Rosário. Na época o Marcio havia escrito mais de 600 contos, porém ainda não queria publicá-los. Disse que esperaria até sentir que eles estivessem completamente aprimorados. Essa atitude é muito difícil de encontrar, pois nós escritores somos, geralmente, pessoas muito ansiosas e ainda com o agravante de termos compulsão por publicar. Nesse sentido, Marcio Renato dos Santos revelou uma paciência zen . Atualmente, ele já escreveu mais de 700 contos e decidiu publicar seu primeiro livro. Escolheu 7 trabalhos de seu arsenal, ou seja, 1% dos contos que escreveu, e dessa maneira nasceu a obra Minda-Au (Márcio Renato dos Santos, Ed. Record, 2010, 80 páginas). O nome Minda-Au evoca um fato de sua vida,