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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Uma canção para você

Noturno foi o cenário onde nossos olhares se encontraram pela primeira vez, lembra? Pál­­pebras a piscar, brisa a 17 graus, e a ventura de beber em seu copo e descobrir segredos a cada dose ingerida gota seguida de gota. Quarenta rosas vermelhas, sete garrafas de malbec, setenta ligações, milhares de palavras, e nossos corpos passam a atravessar as mesmas madrugadas. Todos os galos que tecem as manhãs não conseguem interromper nossas viagens oníricas – e em algumas quartas e quintas-feiras os lábios despertariam insinuando uma alegria até então desconhecida naquele primeiro outono de nossa era. Um maremoto no Oceano Índico iria provocar tanto vendaval em nossa rota, e nem estávamos em alto-mar, nem mesmo dentro de um barco seguíamos quando um nevoeiro quase interrompeu a viagem a dois. Em terra, nem tão firme, nossos passos entravam em sintonia, apesar de eu caminhar quase parando. O seu balé fluente acelerou o meu tropeçar em pedras e mesmo na estrada toda em linha reta e plana.