Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2011

Tudo pode dar certo

Durante anos nenhum avião decolou daquela cidade. Cacique, vocalista de banda indie, DJ, inventor de dificuldade que vende facilidade, pajé e poeta, muitos tentaram, mas ninguém encontrou explicação. Naquele ciclo inicial, de mais de cem anos, acreditava-se que havia redoma, campo magnético ou maldição que impedia voos para fora dos limites do povoado a mil metros acima do nível do mar. Na pequena vila só havia espaço para um cacique, um vocalista de banda indie, um DJ, um inventor de dificuldade que vende facilidade, um pajé e um poeta. O direito de exercer cada atividade era hereditário e o reconhecimento dos personagens não ultrapassava os limites do vilarejo, onde a vida vingou, apesar das chuvas, da eventual neve e das baixas temperaturas. Os acessos à vila que se tornou cidade estavam – em tese – fechados, e os forasteiros não eram recebidos com espumante, canapés nem sorriso no rosto. Ao contrário, dentes cerrados, cenhos franzidos e outras manifestações que poderiam ser lid