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Mostrando postagens de novembro, 2011

Grelina

Primeiro foi um botão, da minha calça, que pulou. Depois, as camisas do guarda-roupa se revelaram insuficientes para cobrir o meu tórax. Em seguida, nem mesmo as meias entravam nos meus pés. Essas novidades começaram a se materializar em um mês de novembro na metade da primeira década do século 21. Ou faz mais tempo? Não lembro. Recordo que após uma madrugada de sonhos intranquilos, acordei transformado em algo que não encontro definição, mas que algumas vozes dizem que sou eu. – Que corpo é aquele que vejo no espelho? Não sabia e ainda não sei responder à pergunta, mas aquele corpo que passei a enxergar no espelho, o mesmo que vizinhos, colegas e parentes diziam que era meu já ocupou menos espaço no mundo. Há trinta ou vinte quilos menor, eu ainda trabalhava em um escritório na região central e costumava almoçar trezentas e poucas gramas em um Quilo. Num dia de pagamento decidi mudar o cardápio e fui até um shopping. Enquanto mordia, mastigava e engolia uma massa fresca comece