Tempo

O tempo voa e morre a cada instante.
De tudo o que aparenta eternidade
Nem o passado fica, na verdade,
E o agora é só um segundo já distante.

Futuro é nada mais do que o presente
Que aguarda numa fila, e se suicida.
A vida que virá já é coisa ida
Enquanto a que se foi faz a nascente.

O instante, que se mata e vai embora,
Em noite se transforma como o dia.
Momentos se sepultam a toda hora

Mostrando uma verdade que dizia
Que a morte não existe – existe o medo
De a noite revelar-se ainda mais cedo.


Poema de Henrique Rodrigues publicado em A musa diluída (2006).

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