Fabio Santiago lê Candongas não fazem festa

 

O poeta Fabio Santiago lê Candongas não fazem festa (Tulipas Negras, 2022), o meu novo e nono livro de contos:

Narrativas breves, polaroids para o tempo que se esvai em sonhos, desmemórias, vertigens, melancolias. Ironias construídas com bisturi e humor ácido.

O escritor, Marcio Renato dos Santos, em seu novo livro, CANDONGAS NÃO FAZEM FESTA, nos convida para entrar nesta festa, onde a palavra, muitas vezes, labiríntica e bem costurada, habilmente nos carrega para este jogo de olhar.

Alguns personagens não desgrudam da mente, “Lambe Lambe”, “Cara de chuva”, “Faça-Faça”, “Verdelírio”...

A melancolia também ronda a escrita do observador/construtor de paisagens, cenários e atmosferas.

Marcio Renato dos Santos é escritor, jornalista, curador de eventos culturais e agitador cultural. Ocupa a cadeira 36 da Academia Paranaense de Letras. O contista é autor dos livros: Minda-au, Finalmente Hoje, A Certeza das Coisas Impossíveis, A Cor do Presente...

A provocação do instigante texto, “Detalhe”, uma narrativa que pode ser conto, receita, roteiro, crônica... desassossega!

Repare:

“ - Isto aqui é um autoproclamado texto de literatura, um conto – mas talvez não seja, nunca há certezas, sobre tudo, sobre nada.

A carne e o refogado recebem, câmera, parada no mesmo ângulo, 400 gramas de tomate pelado. Pitadas de sal, orégano e pimenta do reino caem como se fossem diminuta chuva, neve ou granizo...”

Repare, vamos, Repare:

“Se eu levar o sujeito de tênis branco, calça jeans e camiseta preta até lá, terei evidencias, para conferir quantas vezes for necessário, que não estou delirando ou dentro de um sonho”

“Mas ao analisar com atenção o rosto das pessoas, mesmo dez ou mais metros distante das grades posicionadas sobre os meio-fios, Faça-Faça desconfia que parte da plateia não, necessariamente, sorri.”

Habilmente cerzidas, as narrativas encostam sempiternamente sobre as cenas sonâmbulas.

O irreal faz tremular a realidade!

Passeios quimeras, em carros, calçadas a vilipendiar delírios!

Ver delírios, verdelírios, flanar sob o tapete de narrativas em brumas abismais.

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