Marisa Villela lê Golegolegolegolegah!

"Marcio,

Li de supetão o seu livro. Daí esperei muitos dias para relê-lo, como se tivesse deixado o livro adormecer e, ao acordá-lo, tivesse novo sabor. E foi isso mesmo que aconteceu. Na segunda leitura, percebi nuances que tinham me escapado da primeira. Solidão e incomunicabilidade ficaram mais evidentes. Tintas fortes e impressionantes.
...
O que mais gostei foi da figura do Zé Ruela, com suas andanças pela cidade. Ontem vi um documentário sobre Rimbaud e ele dizia que andar fazia parte da poesia, porque todo poeta anda muito. E só andando é que se dá ritmo ao texto. O seu personagem talvez seja assim, com o pensamento voando de acordo com os passos. Muito bom.

O que menos gostei foi o do conto sobre reencontro com pessoas mortas (ou não), com velhos amigos que 'morreram' para nós e, no entanto, continuam vivíssimos sem nos ter por companhia. Acho que não gostei por ser tão verdadeiro, me senti meio apunhalada por 'ressuscitados' recentes.

Soube de alguns ataques medíocres a você, após o lançamento deste livro. Agora entendo o porquê. É bom demais para os pequenos de espírito e literatos de orelha. Parabéns pela obra. Gostei bastante e o tenho recomendado. Para você saber: trouxe comigo um pacote dos seus livros, quando fui para Curitiba, na última vez que conversei com o Fábio. E ele me mandou mais exemplares junto com a revista de maio. Estou dando de presente a todos que conheço aqui em Londrina.

É isso. Novamente, parabéns pelo Golegolegolegolegah! Você amadureceu como escritor. E, como sua leitora e amiga, peço-lhe que escreva sempre, escreva muito. É o que você sabe fazer bem feito.

Beijo,
Marisa".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Livro sobre o skate no Paraná será lançado durante a 42.ª Semana Literária Sesc & Feira do Livro, em Curitiba