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Mostrando postagens de 2019
Presente de Natal 2019: A certeza das coisas impossíveis
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Presente de Natal 2019: Outras dezessete noites
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Presente de Natal 2019: Golegolegolegolegah!
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Seria
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Diego aceita o convite, que mal tem beber duas, três, quatro, cinco, seis, sete ou mais doses? E como recusar um happy hour com a Thaís, a filha do Ernesto, um dos sujeitos que desde sempre ajuda Diego a realizar tudo o que ele, Diego, realiza? Nem o fato de Thaís estar acompanhada, de quem mesmo?, um novo namorado?, o incomoda. Faz calor, mais de trinta graus, temperatura perfeita para cervejas e conversa, conversa e cervejas que podem alargar qualquer horizonte, programa perfeito para driblar a rotina de uma terça-feira, por que não? Caminhar ao lado do casal pelas ruas do bairro arborizado é, para Diego, agradável – mais que isso até. A brisa refresca o seu corpo, o lilás deste fim de tarde também faz com que a situação se apresente, para ele, inédita. E tudo fica ainda melhor quando eles entram no bar. Frederico, o namorado de Thaís, comenta que há um grupo de amigos ali, pede licença e vai até a mesa onde eles estão para cumprimentá-los. E, sem a presença de Freder...
De volta ao Malecón
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Após dezessete anos retorno ao Malecón. Meus cabelos se movem, pelos do meu corpo estão arrepiados. Poderia dizer que um imenso ventilador funciona permanentemente, mas sei que é a brisa do Malecón, única, ininterrupta, inesquecível. Tanto tempo longe e nunca deixei de pensar neste balneário. Por despeito, tontería, duas, três, quatro, cinco, nem sei mais quantas paixões e alguns sustos, passei dezessete verões em outros endereços: San Blás, Puerto de Gallinas, Bombas, Maresias, tantos mares, pousadas e estrelas. De agora em diante nada, ou melhor, até tem o que me leve para outra beira de mar, mas vou me entregar toda, por inteira e com exclusividade aos mistérios da água salgada, da areia, das canções, do vento e do que pode acontecer, e acontece, neste remoto ajuntamento de guarás, pájaros rojos, minha, nossa, única, Guaratuba. Guaratuba, ai! Aproveitei a juventude, mas perdi a tramontana. Não me arrependo de nada, até porque não há espaço nem tempo para me arrepender. Fiz e...
A noite está velha
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Claudio desce as escadas do Bar Bashô e no palco uma figura com bigode diz: – Berinjelas/ voam/ pelas janelas. Mais de cinquenta pessoas aplaudem. Os gritos podem ser ouvidos na rua, onde um sujeito parecido com o Ignatius J. O'Reilly vende cachorro quente. O concurso semanal de imitadores do Paulo Leminski reúne dezenas de pessoas. Em algumas noites mais de cem lotam o espaço subterrâneo onde é possível beber vinho, consumir sopa e flertar. – Ananias/ come até mesmo/ melancias. Palmas para a performance verbal de outro sujeito com bigode, que pula do palco, pisa em cima de uma mesa e desaparece. Claudio pede uma Serra Malte, bebe dois goles, olha ao redor e se dá conta de que no Bar Bashô todos usam bigode, até as mulheres. Uma mulher está com o microfone nas mãos, mas ela não declama: – Agora é a segunda fase. Não basta declamar. É necessário dar provas multimídias, transar duas ou mais artes ao mesmo tempo. Let's go . A...
Teletubbie punk
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Entra no prédio onde funciona a fundação de cultura e segue até o departamento de recursos humanos. Está em frente ao balcão de informações. – Pode me ajudar? – A respeito do quê? – Preciso agilizar a minha aposentadoria. – Qual o seu nome? O sujeito, conhecido como Teletubbies (Que Canta o Discurso Alheio), diz o seu nome. – Onde você trabalha? – Como assim? – Em qual órgão você trabalha? – Você só pode estar brincando! [O Teletubbies (Que Canta o Discurso Alheio) pede um tempo para a funcionária, acessa o Facebook no celular e escreve: Uma barnabé quer saber quem eu sou. Era o que me faltava.] – Minha senhora... – Sim. – Qual o seu nome? – Suzana. – Suzana, sem querer ofender, mas em que mundo a senhora vive? – Como assim? – Não me conhece? – Não. [O Teletubbies (Que Canta o Discurso Alheio) pede mais um tempo para Suzana e digita no Face: A barnabé as-su-me que não me conhece! O post anterior tem 8,9 lik...
O homem-pássaro
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Conto os degraus, mas esqueço ou – sei lá – me sinto perdido. Vim pelas escadas, o elevador estava parado e além do mais o apartamento para onde vou é no primeiro andar, perto do térreo, da portaria e da rua. Vendi seguro de vida, fui balconista em farmácia, gráfico, pintor de parede, escrevente, segurança, consultor imobiliário, fiz tanta coisa que já nem sei o que estava fazendo quando num começo de tarde entrei naquele prédio. Lembro que precisava falar com um sujeito chamado Orací. Olho o papel onde está escrito o nome, confiro uma, duas, três vezes. Não seria Itacy ou Odair? Não, é Orací mesmo. Só falta eu apertar o botão da campainha. Ou bater com uma das mãos na porta. Ele pode conferir quem está no corredor pelo olho mágico e decidir se abre ou não. Também pode abrir a porta imediatamente, depois de alguns segundos ou me fazer esperar. Se estiver fora ou dormindo ficarei esperando alguns minutos antes de descer as escadas e seguir pela rua. Então, escuto passos e o ...