A incrível recepção de Finalmente hoje mostra o conto em bom momento

Toda vez que alguém diz “conto não vende” ou “livro de contos não desperta o interesse do público”, é preciso desconfiar. Há inúmeros contistas em atividade no mundo e no Brasil. Alguns dos mais expressivos autores da ficção breve brasileira estão vivos e em atividade, entre os quais Rubem Fonseca, Sergio Faraco, Luiz Vilela, Sérgio Sant’Anna e Dalton Trevisan. Há, inclusive, autores relativamente mais jovens, mas já com obra e, neste caso, o destaque vai para o curitibano Marcio Renato dos Santos.
Os leitores da coluna acompanham os movimentos literários de Marcio, que registro desde o seu primeiro livro de contos, Minda-au (Record, 2010). No entanto, o que surpreende é a recepção do mais recente e quinto livro dele, Finalmente hoje (Tulipas Negras, 2016), disponível desde março deste ano — o lançamento aconteceu na noite de 11 de maio na Livrarias Curitiba do Shopping Estação.

OBSERVADORES
Antes mesmo de ser lançado, “Finalmente hoje” já disse a que veio a partir do olhar de observadores atentos — inclusive, o texto de apresentação é do escritor e tradutor Ernani Ssó. Mas, no caso da recepção em sites, blogs e imprensa, a primeira notícia da obra aconteceu dia 14 de abril. Wilame Prado comentou o livro em sua coluna, no jornal O Diário do Norte do Paraná, de Maringá: “Leio há algum tempo os contos de Marcio Renato dos Santos. Há humor sim, mas é um humor que me deixa triste porque me faz lembrar do quanto somos pequenos e mesquinhos. Esse é o grande valor da literatura dele, em meu ponto de vista”.

NOVA CRÍTICA
Dia 29 de abril, Sérgio Tavares analisou o livro em seu blog A Nova Crítica: “Dando continuidade a sua marcante carreira de contista, Marcio compõe retratos da vida que, cobertos por um verniz ora caricatural ora satírico, dão a dimensão do quão complexo pode ser o que é encarado frivolamente como banalidade”. Já Aguinaldo Médici Severino resenhou Finalmente hoje no blog Livros que eu li, em postagem de 10 de maio:
“São 14 histórias, curtas, onde encontramos diálogos rápidos, informais, usualmente bem-humorados, mas que alcançam lirismo nas situações duras, que captam o ritmo frenético do cotidiano e algo do assombro que experimentamos todos, todos os dias”.

METRO CURITIBA
Posteriormente, Finalmente hoje também recebeu atenção, entre outros impressos, do Jornal Metro Curitiba (PR), do Diário do Nordeste (CE) e do Estado de Minas (MG). Cassionei Niches Petry, que vive em Santa Cruz do Sul (RS), analisou a obra e, em texto veiculado em seu blog, definiu da seguinte maneira a literatura do curitibano: “Marcio Renato dos Santos é um contista da experimentação”.
Já o escritor Antonio Cescatto escreveu uma resenha, conteúdo editado pelo Jornal Opção (GO), apresentando aspectos da ficção do contista: “Em 14 contos sintéticos e lacônicos, Marcio leva o leitor a reencontrar personagens que são familiares não pelo que fazem ou vivem, mas pelo que representam e significam em nosso imaginário. Ao mesmo tempo em que são concretos, também são fantasmas. Nossos queridos fantasmas”.

TULIPAS NEGRAS
Vale ressaltar que todas as resenhas são positivas, incluindo também “Finalmente, Marcio”, de autoria de Marco Cremasco, publicada dia 5 de julho pelo jornal O Diário do Norte do Paraná, de Maringá. E, também merece registro, o livro foi editado por uma pequena editora curitibana, a Tulipas Negras. Isso é notícia!
Não deixo de reparar que, até o momento, o livro ainda não recebeu nenhuma crítica negativa. Talvez fosse saudável a existência de um texto questionando, ou relativizando, Finalmente hoje, que tem força, qualidade e se garante. De minha parte, vou reler a obra, disponível para compra na rede da Livrarias Curitiba e também no site www.livrariascuritiba.com.br por apenas R$ 29,90.
Afinal, livro de conto vende — e tem muitos leitores.

Texto de Aroldo Murá publicado no Indústria&Comércio, 25 de agosto de 2016.

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