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Mostrando postagens de 2016
Alex Tomé lê Finalmente hoje
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O escritor Alex Tomé leu Finalmente hoje e escreveu o seguinte: Bom dia, Marcio. Escrevo para "falar" do seu livro. "Finalmente Hoje" sangra e nos faz sangrar. Parece haver dois movimentos paralelos nos contos que compõem esse fascinante volume. Um movimento interno em que as coisas acontecem e um externo absurdamente mundano. Em "Pimenteira" há uma promoção que só oc orre na cabeça de Pericles, ele elucubra, sonha, agoniza. De real mesmo apenas uma pimenteira que seca por motivos alheios ao que ele tanto delira. E assim outros contos vão na mesma toada como "O segredo do casamento". Esse movimento contrário de forças percorre a obra como em "Feliciano" em que Jair (Bolsonaro?) à medida que sacaneia colegas de trabalho é traído pelo chefe e a amante. Seu livro é demasiadamente humano, portanto, doloroso, engraçado e visceral. Por fim destaco "Não dá pra segurar" que tem uma fluência narrativa perfeita e quan...
Um pouco mais ao sul
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Neste sábado (19), Luiz Rebinski autografa o romance Um pouco mais ao sul no Bar Ornitorrinco (R. Benjamin Constant, 400, centro, Curitiba). A sessão de autógrafos tem início às 18h30 e, a partir das 19 horas, Fábio Elias interpreta canções autorais, de sua banda Relespública e clássicos do rock and roll. Entrada franca Mais informações: (41) 8834-9308.
É Que Às Vezes (Melhor É Morar na Fazenda)
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Enviar uma carta
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O plano era enviar a carta antes de entrar no trabalho. Então, dois senhores, por causa do benefício da idade avançada, são atendidos com prioridade. Anderson tem vinte minutos pra despachar a correspondência. Uma mulher, com mais de sessenta anos, entra na agência e também é atendida antes dele. Anderson confere o horário e pensa que, se aparecer mais um idoso, tudo pode atrasar. Outras pessoas iriam entrar na agência — pelo menos, dez ou vinte, pouco mais novas, pouco mais velhas que Anderson, naquela manhã, com quarenta e cinco anos. Essas dez ou vinte pessoas, alguns homens, outras mulheres, ficaram atrás dele na fila. Outros, idosos, também chegaram e foram atendidos antes de Anderson e daqueles que não tinham carteira de idoso ou mais de sessenta anos. Então, após ficar em pé durante trinta, quarenta minutos, caminha até uma cadeira, e senta. Não lembra de ter retirado senha. Talvez, pensa, já não faz diferença perder a vez. Suspira. Fecha, abre os olhos e tem a i...
O bom espírita
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— Ai, Boneco! — Que foi, Boneca? — Está doendo. — Mas você gosta, não gosta? — Assim não. — Que nada! — O quê? — Tá fazendo manha! — Você está me machucando! — Nada a ver. — Está sim. — Mentira. Boneco se movimenta com mais intensidade e ejacula. Sai da cama, vai no banheiro e pega o celular. — Tudo bem, Boneca? — Estou sangrando. — Sério? — Machucou! — Isso passa. — Você... — Vou postar uma foto do nosso gatinho. — O quê? — Sim, no Face. — Está louco? — Não, postar foto de gatinho rende likes. — Não acredito. — Também preciso postar umas frases. — Frases? — Sim. — Por quê? — É a minha missão. — Missão? — Já sei. Vou escrever que aquele que pratica o bem coloca em movimento as forças da alma. E que, quando os espíritos recomendam a prática do bem, eles estão nos orientando no sentido da própria evolução. — Porra, Boneco. — Ei, controle a língua! — Que merda. — Não fale palavrão, Boneca. — Por quê? — Atrai cois...
Lunares flamenco / moda flamenca Made in Brazil
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É um táxi que chega inesperadamente
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A Rua XV é um palco iluminado. Não! Não é isso que pretendo dizer. A Rua XV é mais. A Rua XV é uma passarela rumo ao infinito. Isso. Agora sim. Acertei uma frase, ganhei o dia. Já posso entrar no Face e começar a dar likes nas postagens dos meus amigos, os escritores. Ah, nós, os escritores. Que vida! É importante dar likes nos posts dos amigos, mas, sabe, estou com uma vontade de passear. Sentir o movimento da cidade. Boa ideia! Vou colocar o meu manja, o meu novo Ray-Ban, e sair pela Rua XV. Daí, posso olhar tudo e todos sem dar muito na cara que estou manjando. Coisa boa o óculos escuro. Bela invenção da humanidade! Mas, ultimamente, estou mesmo manjando aves. Outro dia, até escrevi sobre isso. Todos param na praça, olhando pra cima e o que é?, o que é?, quem é?, quem é? — Raimundo Nonato! Não. Isso não funciona. Preciso fazer um texto sem gracinha. Assim, não pega bem. Nós, os escritores, pensamos em coisas sérias. E, como eu ia dizendo, estou de olho...
Paulo Polzonoff Jr resenha Finalmente hoje
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Paulo Polzonoff Jr leu e não gostou de Finalmente hoje (Tulipas Negras, 2016), o meu novo e quinto livro de contos. A resenha foi publicada na revista Ideias , 179, de setembro de 2016, com o título "O maldito gosto do sabão": “Seu livro é ruim”. “Seu livro tem defeitos”. Imagino como deve ser desagradável para um escritor ouvir esse tipo de coisa. Sobretudo numa época em que autor e obra tanto se confundem, fazendo da literatura (e de outras expressões artísticas) tão-somente uma expressão do eu infantil, isto é, do narcisismo. Conheço o contista Márcio Renato dos Santos de outras épocas, outros cafés e cervejas. Sempre me pareceu um homem dedicado e esforçado, com um riso fácil. Não tenho motivo algum para denegrir o trabalho dele como escritor. Pelo contrário. Ao abrir Finalmente (Tulipas Negras, 2016), meu encantamento anterior à leitura era claro. Sempre me fascina a ideia de ter amigos talentosos. Na tentativa de encontrar algo que se salve a coletâ...
Leda Nagle entrevista Carlos Drummond de Andrade
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A incrível recepção de Finalmente hoje mostra o conto em bom momento
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Toda vez que alguém diz “conto não vende” ou “livro de contos não desperta o interesse do público”, é preciso desconfiar. Há inúmeros contistas em atividade no mundo e no Brasil. Alguns dos mais expressivos autores da ficção breve brasileira estão vivos e em atividade, entre os quais Rubem Fonseca, Sergio Faraco, Luiz Vilela, Sérgio Sant’Anna e Dalton Trevisan. Há, inclusive, autores relativamente mais jovens, mas já com obra e, neste caso, o destaque vai para o curitibano Marcio Renato dos Santos. Os leitores da coluna acompanham os movimentos literários de Marcio, que registro desde o seu primeiro livro de contos, Minda-au (Record, 2010). No entanto, o que surpreende é a recepção do mais recente e quinto livro dele, Finalmente hoje (Tulipas Negras, 2016), disponível desde março deste ano — o lançamento aconteceu na noite de 11 de maio na Livrarias Curitiba do Shopping Estação. OBSERVADORES Antes mesmo de ser lançado, “Finalmente hoje” já disse a que veio a parti...