Conheço alguns de seus segredos, de você, você mesmo, você mesma pessoa só. É sobre você que estou falando, mas não vou revelar agora, nesta frase, aqui, não vou abrir o jogo imediatamente. Sei tanto a seu respeito, talvez mais do que você, que ilude a si mesmo há anos, sabe sobre essa ficção em que você se transformou, pessoa que veio do pó, pessoa só, futura pessoa pó. Antes de o galo cantar pela terceira vez, e antes de negar o inegável, você mata o galo, não é mesmo? Mas não sou galo nem tolo pra contar isso a qualquer pessoa, muito menos revelar a você que conheço os seus movimentos, assassino de galos, você que corta a língua da testemunha número 1, compra por pouquíssimos dinheiros o silêncio da testemunha número 2, fura os olhos da terceira testemunha e, se necessário, também mata a testemunha 666. Os seus amigos e amigas recentes não vão acreditar, nunca, talvez um dia, sei lá, não sei, que você é chupa-cabra, aranha marrom, zé ruela. Essa gente deixa-se enganar por um ...