Repolho sai de cena

Acordo e é tão bom estar, de fato, acordado. Escapo de um pesadelo com enredo absolutamente assustador, prefiro até esquecer. Meu coração bate tanto, não desacelero. Dormindo ou acordado, tanto faz, sigo tenso o tempo todo. Então, em frente ao Café Pequeno, vejo a Escuta. Olho para baixo, quero evitar contato visual, mas ela me vê e pronuncia em voz alta o meu nome: Repolho! Foram sete, ou mais?, minutos que demoraram para passar. Perguntou o que ando fazendo e, evidentemente, desconfiei que se referia ao crime que cometi semana passada. Eu disse estar atrasado, a Escuta queria saber se era para um encontro, comentei que tinha compromisso e ela falou cuidado para não se comprometer, o que me deixou ainda mais noiado. Estou na Praça Glú-glú-ié-ié e quase fico tranquilo por não encontrar conhecidos. Mas se não identifico nenhuma pessoa, alguém pode estar observando os meus passos, o que não é nada bom, ao contrário. Sigo por ruas ao acaso, aparentemente sem dest...