Primeira resenha de "2,99"

Aguinaldo Severino acompanha praticamente tudo o que é publicado no Brasil, no que se trata de literatura. Ele leu e resenhou "2,99", o meu mais recente livro de contos. O texto está no blog Livros que eu li e também pode ser lido nesta postagem: 
De Marcio Renato dos Santos só conhecia seu "Dicionário amoroso de Curitiba", que já resenhei aqui. A protagonista daquele dicionário é sua Curitiba fundamental, entretanto Marcio soube povoá-la com um bocado de personagens interessantes. "2,99", o mais recente livro dele publicado, também trata das coisas urbanas, mas agora sua Curitiba se esconde algo tímida nas histórias e deixa brotar delas uns personagens estranhos, que são como fantasmas que assombram a si mesmos. As histórias são curtas e convincentes. Uma fala da rotina de um alcoólatra que para de beber e encontra o sucesso; noutra um motorista infernal transporta o narrador para um destino incerto; noutra ainda três personagens saem em busca de um enredo: procuram algo na vida dos outros. Os contos não são verborrágicos, nem servem de plataforma para longas teorias sociológicas e/ou psicológicas. Eles apresentam situações corriqueiras (que estão sempre no limite da estranheza ou da loucura, mas nunca se abrigam na irrealidade ou no fantástico. Gostei particularmente de "Guevarinha" (sobre um casal de esquerdistas festivos), "Bia" (sobre uma garota que faz o censo de suas amantes), "Nóia" (sobre uns amigos que veem TV e futebol como uma espécie de meditação) e "Caminho de Santiago" (sobre um sujeito que se sente culpado e vaga pelas escadas de um escritório ou labirinto). Bueno. São 16 contos no total. Dezesseis invenções onde o leitor acompanha sempre um narrador muito curioso do destino das pessoas que encontra ao acaso (e boa parte desta curiosidade o Marcio Renato alcança transferir ao leitor através de sua boa prosa).

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