Olho para frente, azul. Para cima, também. Fecho os olhos. Não sinto vontade de fazer nada, mas bebo um gole de água de coco. Há uma ilha no horizonte, logo ali, em meio ao mar, no litoral do Paraná. Estou aqui, na areia, sentado em uma cadeira, embaixo de um guarda-sol, e gostaria de esquecer que existe facebook, comentários, postagens, botão para curtir e fotos com citações. Cinco ml de protetor solar nos braços, nas pernas e nos pés, e outros ml para o rosto. Um gole de água de coco, outro de refrigerante ou cerveja. Fecho os olhos. Ainda não esqueci o facebook. Antes da internet, e do facebook, se popularizar, trabalhei em redações de jornal. Há quanto tempo? Não lembro. Mas, agora, ao beber água de coco na beira do mar, me dou conta de que atuei por um breve período como repórter policial. A ronda, como é chamada a rotina de perambular por delegacias em busca de notícias, evidenciou a minha incapacidade jornalística. Os fatos estavam lá, nos boletins de ocorrênci...