E la nave va

– Vamos marcar um encontro pra gente lembrar daquele tempo? – isso é uma voz ao telefone. Estou, agora, na casa de meus avós maternos, tenho 14 anos, o corredor é extenso, da cozinha até a sala há quatro ou cinco portas – são quatro ou cinco quartos. A lâmpada, no teto do corredor, parece inalcançável. Atravessar o corredor leva algum tempo, muitos passos. Mas, quando chego na cozinha, e atravesso a porta, há um quintal com árvores, grama verde, um paiol, um muro e vejo o sol se pôr no fim da tarde. Tudo é possível, eu com 14 anos e os ponteiros do relógio da parede se movem lentamente. – Vamos lá, toda a turma vai estar de novo, será int... – é uma outra voz, desta vez, na minha frente. Caminho, passo seguido de passo, tenho espinhas e sorriso no rosto, 16 anos, e a Catedral de Brasília é infinita por dentro; se seu dissesse que aqui cabe uma multidão, não seria exagero. O sol desta manhã atravessa os vidros, e a luminosidade me faz sorrir ainda mais: a minha oração, aqui, é si...