A Rua XV é um palco iluminado. Não! Não é isso que pretendo dizer. A Rua XV é mais. A Rua XV é uma passarela rumo ao infinito. Isso. Agora sim. Acertei uma frase, ganhei o dia. Já posso entrar no Face e começar a dar likes nas postagens dos meus amigos, os escritores. Ah, nós, os escritores. Que vida! É importante dar likes nos posts dos amigos, mas, sabe, estou com uma vontade de passear. Sentir o movimento da cidade. Boa ideia! Vou colocar o meu manja, o meu novo Ray-Ban, e sair pela Rua XV. Daí, posso olhar tudo e todos sem dar muito na cara que estou manjando. Coisa boa o óculos escuro. Bela invenção da humanidade! Mas, ultimamente, estou mesmo manjando aves. Outro dia, até escrevi sobre isso. Todos param na praça, olhando pra cima e o que é?, o que é?, quem é?, quem é? — Raimundo Nonato! Não. Isso não funciona. Preciso fazer um texto sem gracinha. Assim, não pega bem. Nós, os escritores, pensamos em coisas sérias. E, como eu ia dizendo, estou de olho...