Cabeza News destaca a edição de 1 ano de "Às vezes, aos domingos"
Edição de 1 ano de "Às vezes, aos domingos" em destaque no Cabeza News, confira:
Luísa Cristina dos
Santos Fontes e Maureen Miranda são as convidadas da décima quinta edição de
"Às vezes, aos domingos". O evento marca 1 ano do projeto e acontece
em 25 de julho, a partir das 17 horas, no Instagram @maureen_miranda. Seguindo
o modelo da proposta criada por Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos, elas
vão se entrevistar, sem mediador, e ler textos autorais.
"Não por
acaso, convidamos duas autoras para celebrar a edição de 1 ano. Evidentemente
queremos dar foco, e não apenas nessa edição, mas no projeto como um todo, a
vozes femininas, além de autores pouco badalados, mas com obras
impactantes", dizem os curadores da proposta que tem apoio da Soma de
Ideias, Coalhada Artesanal Preciosa e Tulipas Negras Editora.
Até junho, Maureen
e Luísa não se conheciam e, desde então, passaram a dialogar, virtualmente, a
partir do convite que receberam para participar do encontro literário.
Luísa Cristina dos
Santos Fontes está animada para a live. "Absolutamente sem roteiro e ao
vivo, o bate-papo poderá seguir trilhas inusitadas, autênticas, surpreendentes,
imprevisíveis. O público vai se surpreender e nós também. É desafiador",
comenta.
"Acho superdesafiador.
A Luísa e eu estamos em contato, conversando e lendo o trabalho uma da outra.
Vamos nos divertir e ao mesmo tempo falar sobre a potência do ser humano, algo
que a literatura pode oferecer", diz Maureen Miranda.
Feminismo na prática
Luísa Cristina dos
Santos Fontes nasceu em Barra do Piraí (RJ) e desde a infância vive em Ponta
Grossa, onde atuou como professora no curso de Letras da UEPG até se aposentar.
Na década de 1990, a convite de Zahidé Lupinacci Muzart (1939-2015), da UFSC,
Luísa passou a estudar vozes femininas na literatura, o que resultou em 6
capítulos da obra Escritoras Brasileiras
do Século XIX.
"Até hoje, o
que produzo é consequência dessa iniciação. Foram muitas leituras teóricas,
encontros do grupo de pesquisa, viagens em busca de informações. De certa
forma, por causa dessa pesquisa (ininterrupta) é que estou aqui", afirma a
estudiosa.
Paranaense de Pato
Branco, Maureen Miranda é mais conhecida como atriz: faz teatro há três
décadas, aos 18 ela se profissionalizou. Integrou a Companhia Brasileira de
Teatro e a partir de 1995 fez parte da Sutil Companhia de Teatro, que se
encerrou as atividades em 2014. Posteriormente, fundou a sua própria companhia,
a Clepsidra, por meio da qual dirigiu três peças autorais: "Os 3 Espelhos",
"Não assim tão longe" e "Algum lugar nenhum".
Multiplicidade
Além do teatro, Maureen
Miranda também começou a escrever há 30 anos. "Comecei a escrever quando
tinha 15 anos, tenho o caderno até hoje. Escrevi poemas e um tipo de diário,
mas nada que achasse bom. Então, passei a escolher trechos de livros que lia e
transcrevê-los nesse meu caderno", conta a artista que divide o seu tempo
entre o Rio de Janeiro e Curitiba.
Em 2016, já com
trabalhos na Rede Globo (ela atuou na novela I love Paraisópolis, de 2015), Maureen passava pelo menos três
horas diárias dentro de ônibus para se deslocar de sua casa até o local de
ensaios. "Comecei, dentro dos ônibus, a desenrolar questões que estavam
acontecendo no meu cotidiano, escrevendo poemas, relatos, sonhos", conta.
Luísa Cristina dos
Santos Fontes afirma que, logo que começou a se sentir mais segura na produção
poética, inscreveu-se em concursos, talvez até em busca de uma avaliação
isenta. Participou das primeiras edições do Concurso Nacional de Poesia Helena
Kolody, instituído na segunda metade da década de 1980 pela Secretaria de
Estado da Cultura do Paraná por meio do jurista René Ariel Dotti, o então
Secretário de Estado da Cultura – a jornalista Regina Benitez organizou as
primeiras edições.
"Fui premiada
em duas das primeiras edições. Além da placa de prata, ganhávamos a publicação
dos textos no livro Os Poetas – Antologia
de Poetas Contemporâneos do Paraná. A Regina Benitez era a Chefe do Setor
de Editoração da SEEC, e as edições, esmeradas", diz Luísa, acrescentando
que o que mais a agradou foi receber o prêmio das mãos da própria Helena
Kolody.
Vitrine virtual da prosa e da poesia
Em 2019, Guido
Viaro e Marcio Renato dos Santos dialogavam sobre a necessidade de criar um projeto
para dar voz e palco a autores paranaenses, algo que não existia até então –
havia leituras públicas, mas eles ambicionavam uma proposta mais ampla, incluindo
a possibilidade de conversa dos autores entre si e com o público. O evento, a
dupla planejava, poderia acontecer em uma sala, auditório ou em um teatro de
Curitiba.
2019 acabou, veio
2020 e a pandemia.
Evidentemente, não
foi possível promover encontros presenciais. Eles optaram por bate-papos
on-line, especificamente, no Instagram.
"Poderíamos realizar
o evento pelo Zoom ou em um canal de YouTube, mas nossa opção foi pelo
Instagram de um dos autores de cada encontro. Por quê? Para divulgar o autor e
o seu Instagram", comentam os curadores do projeto "Às vezes, aos
domingos", que teve a sua primeira edição em julho de 2020.
Uma das metas, já colocada
em prática durante 14 edições, é evitar a chamada "ação entre
amigos", prática que é quase regra, e que consiste em envolver apenas brothers & sisters em projetos culturais. "Às vezes, aos domingos"
tem a meta de ser plural, inclusivo e, para comprovar isso basta conferir os
nomes dos mais de 20 escritores, das variadas regiões do Estado, que já
participaram da iniciativa: Oscar Nakasato, Salma Ferraz, Otto Leopoldo Winck,
Jaqueline Conte, Paulo Venturelli, Daiana Pasquim, Luiz Felipe Leprevost,
Andréia Carvalho Gavita, Carlos Machado, Francine Cruz, Roberto Nicolato, Etel
Frota, Alexandre Gaioto, Jô Bibas e Alvaro Posselt, Marianna Camargo e Ernani
Buchmann.
Fábio Campana
(1947-2021) fez a sua única live na décima edição do projeto, em março passado –
ele morreu vítima da Covid-19 em 29 de maio.
Mais informações em
tulipasnegraseditora.blogspot.com
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