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Mostrando postagens de outubro, 2022

O próximo da fila

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Hoje tem O próximo da fila (Editora Record, 2015), do Henrique Rodrigues: Finalizo outra leitura deste romance do Henrique Rodrigues e faz eco em meu imaginário uma estrofe do poema “Último aviso”, do Paulo Leminski: “tinha que ser dor e dor/ esse processo de crescer”. Durante quase todas as 191 páginas da narrativa do Henrique, o personagem-centro experimenta inesperados desconfortáveis. Perde o pai, a família muda-se para ajustar o orçamento e ele, o protagonista, vai – estudante – também trabalhar: “Os dias apertados vão se tornando os dias que cabem na minha existência, passam cada vez menos pesados. Isso porque, contrariando até as minhas próprias expectativas, começo a me tornar menos inábil, passando a dominar minimamente os setores da loja. Erro, tento novamente, tenho meus pontos fortes e fracos apontados pela treinadora, que não por acaso é chamada de mãe por vários funcionários.” É contratado em uma lanchonete, franquia de uma multinacional, cenário onde experimenta mudança

Apesar de você

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Nos bailes da vida | Miltons, 80

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Vai passar

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Inventário das sombras: 17 retratos de grandes escritores

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  Hoje tem Inventário das sombras: 17 retratos de grandes escritores (Record, 2022), do José Castello: A reedição de Inventário das sombras , publicado em 1999, traz mais 3 textos, dois perfis de escritores e um autorretrato do autor. Ler, e reler, cada um desses textos é experiência inesquecível, e o impacto deve-se à linguagem e ao jeito como Castello lê o legado e as atitudes de cada um(a) do(a)s autore(a)s que ele selecionou. Experiente jornalista, Castello comenta algo fundamental do ofício em “Tapuia e grego”, capítulo sobre Nelson Rodrigues: “Ainda que contidas nos limites do protocolo jornalístico, elas [relações entre o repórter e o seu entrevistado] guardam aspectos obscuros que na maior parte das vezes nos escapam, mas que estão todo o tempo presentes, agindo em silêncio. A relação entre o repórter e sua vítima é, ou deve ser, uma relação formal, calcada na clareza, na confiança mútua e na objetividade, e não deve passar disso, mas quase sempre passa. E, quando passa, nem s

Poltinglen

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You Don't Know Me

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A Tonga da Mironga do Kabuletê

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Íntegra da 30ª edição de "Às vezes, aos domingos"

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Balada de uma retina sul-americana

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  Hoje tem Balada de uma retina sul-americana (7Letras, 2006), do Carlos Machado: Balada de uma retina sul-americana simula um diário, anotações de um viajante que sai de Curitiba e passa por cidades da América do Sul durante 31 dias – cada capítulo-fragmento traz a data com relatos do respectivo dia. Ao movimentar-se, o sujeito que narra não deixa de reconhecer em cidades sul-americanas fragmentos de sua Curitiba – isso acontece em território uruguaio: “Uma Curitiba inteira na Praça da Independência.” Em Buenos Aires, outro reencontro: “Na feira de San Telmo, encontrei o Largo da Ordem aberto aos milhares, [...] de brinco em brinco, souvenir em souvenir.” O mesmo também se dá em Mendoza: “Mas nenhuma noite fria se assemelha à falta dos olhares ao redor: chegar próximo a uma dessas exuberâncias da alta costura parece ser mais difícil que descer um rio mendocino. Sendo assim, nunca olhar pros lados. Nada que nós, de todas as Curitibas, não estivéssemos acostumados.” Evidentemente que

Hoje tem Ilha do Fogo (Parte 2)!

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  Hoje a partir das 22 horas, a Rádio Cultura de Curitiba, 930 AM, exibe a segunda parte de minha participação no projeto Ilha do Fogo. Li poemas e contos, comentei algo a respeito de assuntos e atualidades, mas notável, sem dúvida, é a manha do Amarildo Anzolin. Excelente poeta – se alguém tiver dúvida, é só ler Central de Despachos Nossa Senhora das Graças (Água Quente, 2021) –, o Amarildo também é fera demais como entrevistador. Que repertório e timing! Ele ainda materializou uma guitarra, e durante o bate-papo toquei o instrumento por alguns segundos, que absurdo! Mas o nonsense é assunto de minha ficção e, enfim, agradeço demais ao Amarildo, ao Marcelo Borges, Galeria 373, espaço que me recebeu com três litros de café e gentilezas – outro abraço vai para o Luciano Popadiuk, autor desta imagem. 

Privè

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As dores do mundo

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Cama de pregos

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  Hoje tem Cama de pregos (Grua, 2009), do Carlos Eduardo de Magalhães: Esse romancista também escreve contos, e Cama de pregos traz 28 narrativas. Onze, escritas de 1990 a 1993, são relativamente longas. Breves são as outras, produzidas entre 2000 e 2003. O primeiro bloco de textos revela um contista que conhece a tradição, de Tchekhov a Machado de Assis, e levando em consideração modelos clássicos, ele elabora textos literários de 14 páginas, a exemplo de “Tereza e o Jaguar”, um dos destaques do livro. Paulo Aranha, o protagonista, vende a esposa para um empresário árabe, e o conto é uma articulação a respeito do negócio e, mais que tudo, sobre o que motiva o personagem. Também relativamente extenso, com 16 páginas, “Cinco Estrelas” é uma narrativa elaborada, a exemplo de “Tereza e o Jaguar”, com mais sugestões do que revelação. “Cinco Estrelas” trata de mais de um assunto, tem conflito familiar, amadurecimento – e o mistério presente da primeira frase até a última palavra credenci

Baby

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Frevo - Grupo Sarandeiros

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Computadores fazem arte

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Asa Branca

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O púcaro búlgaro

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  Hoje tem O púcaro búlgaro (José Olympio, 2008), do Campos de Carvalho: O Campos de Carvalho (1916-1998) disse que, entre os livros que escreveu publicados, o seu favorito era O púcaro búlgaro , (1964), e evidentemente ele tinha (tem) razão. Se em sua obra, o escritor discute a falta de sentido de tudo, talvez por esse motivo no enredo de O púcaro búlgaro há um plano, uma tentativa de estabelecer algum sentido em meio ao caos: viajar até a Bulgária – apesar das suspeitas, dos personagens, de que o país talvez não exista. “Nenhuma alusão à Bulgária ou a quaisquer Bulgárias se encontra, nem mesmo veladamente, na Bíblia ou em qualquer outra mitologia”. É o humor, ou seja, a visão de mundo, e a ironia, característica do olhar dos narrador de Campo de Carvalho, enfim, é aquela linguagem que ele, e somente ele, foi capaz de elaborar – e para seguir no assunto do parágrafo anterior vale transcrever outro fragmento: “Mesmo que ficasse um dia definitivamente demonstrada a inexistência da Bul