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Mostrando postagens de junho, 2021

Décima quinta edição de "Às vezes, aos domingos" em destaque no Curitiba de Graça

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O Curitiba de Graça destaca a décima quinta edição de "Às vezes, aos domingos", confira:   Maureen Miranda e Luísa Cristina dos Santos Fontes são as convidadas da décima quinta edição de “Às vezes, aos domingos”, que marca um ano do projeto literário que tem curadoria dos escritores curitibanos Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos para dar visibilidade à literatura produzida no Paraná.   “Não por acaso, convidamos duas autoras para celebrar a edição de um ano. Evidentemente queremos dar foco, e não apenas nessa edição, mas no projeto como um todo, a vozes femininas, além de autores pouco badalados, mas com obras impactantes”, dizem os curadores.   O encontro entre as escritoras, que irão se entrevistar e ler textos autorais, acontece em 25 de julho, a partir das 17h, no Instagram  @maureen_miranda . “Absolutamente sem roteiro e ao vivo, o bate-papo poderá seguir trilhas inusitadas, autênticas, surpreendentes, imprevisíveis. O público vai se surpreender e nós ta

De manutenção

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  O futuro, Janaína diz, o futuro são acasos que funcionam, verbos conjugados exemplarmente, futuro é o ainda não, sim do amanhã, teto mesmo que não seja cobertura, mas proteção e o enfrentamento sereno de adversidades, futuro é o que vai, o que pode e também um tanto sei lá. Ela fala essas e outras coisas sóbria e quando bebe nas noites de quinta a sábado, e domingo, madrugadas de nascer segunda.   A semana começa e Janaína flui – secretamente tem a certeza de que o depois traz muito a ser desfrutado, colher lilases e tantos presentes na véspera de cada noite. Acender e tragar vinte ou mais cigarros de tabaco em meio a uma ou duas garrafas de tinto seco argentino sem desgaste para o organismo, uma dieta com papaia, triglicerídeos italianos, o suco de azeitonas da Espanha e canções inglesas do século vinte, sem restrição a overdrives e/ou reverbs.   O futuro é depois e sem alternativa Janaína caminha nesse terreno chamado presente, onde não tem nem faz aquilo que deseja ou gost

Cheio de verão no vazio

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  Terça, 3: Iria anotar, fui ao banheiro e esqueci. O que era? Sobre o quê? Entrei nas redes sociais e gastei um dos dias deste verão. Dormi às 23 horas sem escovar os dentes. Quinta, 5: Os mais de trinta graus, não tenho certeza, apenas desconfio, me deixaram tonto – um comprimido a mais e ainda não acertei a medicação. Sexta, 6: Contas atrasadas e mensagens de interrupção de serviço me obrigaram a caminhar até o banco e no trajeto quase caí. Na volta estava menos tonto, mas ainda com medo. O temor é cair na rua e não receber ajuda. Sábado, 7: Três comprimidos e apesar deles desequilíbrio até o início do domingo. Saí da cama para ir ao banheiro e mastigar bolachas. Vi dois ou três filmes na Netflix. Domingo, 8: Duas garrafas de tinto seco e ausência de tontura- vertigem. E ainda: macarrão instantâneo, dois álbuns do Zeca Baleiro,  Em noite de climão , da Letrux, e três comprimidos. Terça, 10: Sem equilibro para caminhar vou de táxi ao hospital. A médica recomenda aumentar a

Quase sem querer

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  Está escuro e o fusca segue, estamos em cinco, outros dois e eu no banco de trás, e tem som, se de fita k-7 ou rádio?, canções enfim, uma após a outra, e risadas. A rodovia dá acesso à cidade onde ainda moro, e de onde vou partir em alguns anos, e é pra lá, para aquele endereço que o carro está indo.   Tem gasolina suficiente, não há obstáculos na pista e o então amigo, que nos próximos anos vai desaparecer de minha vida, consegue dirigir apesar das cervejas que bebeu – no futuro, se tivesse uma blitz, ele seria preso por embriaguez e nós, os quatro passageiros, possivelmente também iríamos para a delegacia se no caminho tivesse uma batida policial.   Mas não teve blitz.   O problema, eu não poderia prever, veio por trás.   Luzes em meio à escuridão acima do fusca. E, em seguida, estouros.   Não eram rojões, e sim tiros, disparos de armas de fogo efetuadas possivelmente por pessoas dentro de carros que, percebi apenas após a sequência de luz e som, enfim, dois ou

Os Dias

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  Hoje tem Os Dias (Chiado Books, 2021), do Otávio Duarte: A obra poética, o nome indica, tem como assunto principal o cotidiano, observado no instante em que ele acontece e também após os fatos, com a perspectiva da passagem do tempo. Nenhum poema tem título, e o da página 39 é uma celebração e ao mesmo tempo espanto sobre o movimento contínuo da vida: "o agora é o imenso agora/ o que se foi é recordação e teoria/ o que virá não existe ainda e será outra coisa". No desfecho, a voz poética completa: "o que foi o seu agora/ é o meu agora/ e não será mais/ daqui a pouco". A questão também está em outros poemas – talvez, constatação do poeta sobre a irreversibilidade da travessia e, na página 42, três versos indicam que, mais que impossível, é inútil negar a marcha dos segundos: "o tempo não existe/ digo ao espelho// ele me mostra a entropia". O humor, que dá o tom do breve poema citado no parágrafo anterior, perpassa quase todos os textos reunidos e

Anão de três pernas

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  Quando surge, o anão de três pernas até parece interessante, mas em seguida torna-se insustentável. Ou a palavra seria insuportável? Não lembro, nem mesmo quem pela primeira vez me falou sobre o impacto do anão de três pernas – talvez tenha sido aquele poeta, o que viajou há quase vinte anos.   O poeta, sim, ele falava sobre o impacto de um anão de três pernas, que não precisa ser anão nem ter três pernas. Anão de três pernas, aquele poeta repetia, representa algo exótico, inédito no contexto. Um texto literário, por exemplo, radicalmente experimental, sem enredo, apresentado em meio a narrativas aparentemente convencionais – convencionais mas com linguagem, potentes.   Em meio a potentes narrativas consideradas convencionais, o texto experimental (sem enredo), enfatizava aquele poeta, poderia se destacar conquistando aplausos, prêmios, tantos troféus. Até tendência, veja só, o diferente estabeleceria. Mas, o poeta não deixava de advertir, uma vez conhecido, talvez copiado e

Binaca

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  Nunca mais fui ao Café & Restaurante Trem Pagador. Almocei por anos no local, onde a refeição era e talvez ainda seja servida até as 15 horas. Por ser autônomo, poderia, em tese, almoçar na hora em que quisesse. No entanto, para sobreviver sou obrigado a participar de reuniões, algumas realizadas no tradicional horário de almoço. Mas, enfim, frequentei assiduamente o estabelecimento daquele empresário, o Trem Pagador, conhecido por investir no cultivo de laranjas e na criação de patos.   Eu chegava pouco antes de o serviço ser encerrado, portanto, quase não havia clientes nem comida. Mas era bom, ótimo. Especialmente pelo fato de eu escutar a conversa dos garçons, que conhecia de oi e tchau, mas de quem nunca soube os nomes. Fiquei sabendo que eram universitários da área de humanas, a maioria do curso de letras. A cada semana, dez, quinze dias, discutiam exaustivamente uma questão. Depois mudavam de assunto.   Lembro como se fosse há poucos minutos, mas já faz tanto tempo

Cuidado Paixão

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J.S. Bach, Cello Suite No 1

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Inverno

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Hoje!

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A noite

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Get Enough

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Home Tonight

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A pele do futuro

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As Canções Que Você Fez Para Mim

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A solidão dos anjos

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Hoje tem  A solidão dos anjos , do Marco Aurélio Cremasco (Confraria do Vento, 2021): Alguns contos dialogam explicitamente com outras obras e autores. Se "Copistas" é um flerte com episódios da biografia de Franz Kafka, "A República Burlesca" apropria-se de personagens e fragmentos da obra de William Shakespeare para conversar com o contexto político recente do Brasil. Mas são as narrativas que dissimulam a intertextualidade as que, pelo menos para mim, apresentam toda a potência da ficção de Marco Aurélio Cremasco. "Céu de Polaca", por exemplo, traz uma solitária condenada a seguir como viúva, apesar dos homens que passam pelo caminho e por sua cama. "Breve História de Deusajude", um dos pontos altos da coletânea, coloca em cena um solitário com estoque de azar, para quem tudo pode e vai dar errado. "Breve História de Deusajude" e "Céu de Polaca", inclusive "Copistas", indicam um dos temas, talvez a questão que une

Tantinho

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Que tal o impossível?

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O Expresso divulga a décima quarta edição de "Às vezes, aos domingos"

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O Expresso deu uma nota sobre a décima quarta edição de "Às vezes, aos domingos": "Falando em escritores locais, neste domingo (20) é dia de   Às vezes, aos Domingos, uma live de bate-papo entre autores do Paraná que rola uma vez por mês no Instagram. O   debate da vez   acontece às 17h, entre Antonio Cescatto e Marco Aurélio Cremasco".

Bem Paraná divulga a décima quarta edição de “Às vezes, aos domingos”

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  Deu no Bem Paraná : Antonio Cescatto e Marco Aurélio Cremasco são os convidados da décima quarta edição de “Às vezes, aos domingos”, bate-papo virtual que acontecerá no dia 20 de junho, a partir das 17h, no Instagram   @antoniocescatto . Paranaense de Guaraci, situada na região de Londrina, no norte do estado, Marco Aurélio Cremasco vive desde 1986 em Campinas. Engenheiro químico, é professor na Faculdade de Engenharia Química na Unicamp. Publicou quatro livros relacionados à química, o mais recente é “Difusão mássica” (Blucher, 2019). Mas, também é autor de seis obras poéticas, entre as quais “As coisas de João Flores” (Editora Patuá, 2014) e “Bilros” (Editora Patuá, 2020). Com “Santo Reis da Luz Divina” (Record, 2004) conquistou o Prêmio Sesc de Literatura.   Cremasco também é autor da longa narrativa “Guayrá” (Confraria do Vento, 2017) e transitou pelo contos em duas coletâneas e na crônica com “Onde se amarra a terra vermelha” (Nave, 2018). Já o curitibano Antonio Cescatto for

É no próximo domingo!

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O livro das coisas menores

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  Hoje tem  O livro das coisas menores (7Letras, 2019), do Antonio Cescatto: Após escrever, e publicar, três narrativas de ficção, Antonio Cescatto apresentou, há dois anos, uma reunião coesa de poemas, todos a respeito do mesmo assunto. Como se flertasse com o título, e apenas o título, de uma obra de Xavier de Maistre ( Viagem em volta do meu quarto ), o artista curitibano elaborou textos poéticos sobre o que pode ser uma existência, sem excentricidade, dentro de uma casa.   A partir de uma linguagem que busca o diálogo com o leitor, (ou seja, a voz poética é compreensível e, mais que isso, exata), o poeta viaja pelo cotidiano e reelabora com precisão e ritmo a luta diária de quem habita, vive e ocupa uma residência.   Há poemas para (e a respeito de) roupas sujas, camisas dobradas, lixo orgânico e reciclável, gavetas, talheres, cebolas, fronhas e travesseiros.   "A gaveta das meias sem par", como o título sugere, trata de um mistério real: o sumiço, dentro de

Mods Are Back Again

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Persigo São Paulo

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Leave Me Alone

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Às vezes, aos domingos

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Curitiba de Graça destaca a décima quarta edição de "Às vezes, aos domingos"

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  O Curitiba de Graça destaca a décima quarta edição de "Às vezes, aos domingos", confira: Antonio Cescatto e Marco Aurélio Cremasco são os convidados da décima quarta edição de “Às vezes, aos domingos”, bate-papo virtual que acontecerá no dia 20 de junho, a partir das 17h, no Instagram   @antoniocescatto .   Durante o encontro, os autores irão se entrevistar e ler textos autorais, mas com um detalhe: eles não se conhecem. “Não vejo problema em participar de uma live com um escritor que, pessoalmente, ainda não tive contato”, diz Cescatto, que acaba de receber livros de Cremasco, para quem também enviou as obras que publicou: o romance “O mundo não é redondo” (Travessa dos Editores, 2010), as novelas “Preponderância do pequeno” (Kafka, 2011), “Cloaca” (Kafka, 2012), e a coletânea de poemas “O livro das coisas menores” (7Letras, 2018).   Marco Aurélio Cremasco também diz não encontrar empecilhos em dialogar com alguém que, até então, para ele, era desconhecido. “A e

Lúcia McCartney

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  Hoje tem Lúcia McCartney (1969), de Rubem Fonseca: A qualidade dos contos de Rubem Fonseca já era conhecida em 1969 – Os prisioneiros , a sua estreia, é de 1963 e, dois anos depois, ele publicou A coleira do cão . Neste terceiro livro, obra em progresso, o autor consegue resultados impressionantes, como no conto que dá nome ao livro. [Os Beatles aparecem nesta obra literária, indiretamente, por meio do sobrenome (de guerra) da garota de programa que atua na zona sul do Rio de Janeiro, a Lúcia McCartney, fã do Paul, e ainda no título do conto "Um dia na vida", referência à canção homônima de Lennon e McCartney, um dos muitos destaques do Sargent Peppers ]. Em "Lúcia McCartney", há recursos gráficos para sugerir representação verossímil do que se imagina e daquilo que é dito, e calado, em uma conversa, além da fragmentação – recurso recorrente em textos desta coletânea. Há fragmentos notáveis no conto "Lúcia McCartney", especialmente a partir do mom

Alguns livros que fazem a cabeça de Antonio Cescatto

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Marco Aurélio Cremasco e Antonio Cescatto [foto] são os convidados da décima quarta edição de "Às vezes, aos domingos". O encontro acontece em 20 de junho, a partir das 17 horas, no Instagram @antoniocescatto. Seguindo o modelo da proposta, que idealizei em parceria com o Guido Viaro, eles vão se entrevistar e ler textos autorais.   Durante a live, se o Marco Aurélio Cremasco perguntar, o Antonio Cescatto pode falar sobre alguns livros que ele leu recentemente.   "Nunca leio um livro apenas", conta. E, continuando, completa que não se prende a um único gênero.   "Em matéria de poesia, destaco a descoberta [para mim] de dois poetas jovens, o André Dahmer e a Bruna Beber. Apesar da presença visível de toda uma tradição (poesia concreta, poesia marginal, Bandeira, Drummond, Leminski), são autores que encontraram dicções muito particulares. E que pensam um livro de poesia não como uma coletânea desordenada de poemas, mas como um projeto", analisa C