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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

Verdade tropical

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  Hoje tem Verdade tropical , (Companhia das Letras, 1997), do Caetano Veloso: Revisitar essa narrativa mais de duas décadas depois de sua publicação é quase como encontrar um livro ainda não lido – a observação pode valer, e vale, para outros títulos, mas neste caso, e para mim, é também seguir por uma obra (que parece) ainda desconhecida, a mais estimulante possível. Republicado individualmente em 2020, o capítulo "Narciso em Férias" é um dos pontos altos do livro em que o autor revisita episódios determinantes em seu percurso, e neste trecho ele recria o período em que esteve preso durante 54 dias, entre dezembro de 1968 e fevereiro de 1969. Caetano Veloso oferece aos leitores, leitoras reconstituição do ambiente hostil da prisão militar, em mais de uma unidade, onde experimentou desequilíbrio emocional, sem conseguir esboçar durante o cárcere – pelo menos é dessa maneira que ele narra – perspectiva de qualquer futuro: "Tenho ouvido de pessoas que foram ou est

Alívio

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Coreto

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Lepo Lepo

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Sultans Of Swing

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A engenheira da memória

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  Hoje tem A engenheira da memória (Caravana, 2021), do Pedro Carrano: Conheço o Pedro Carrano há mais de 20 anos, e desde os primeiros encontros era possível imaginar que ele viesse a escrever um livro tão bom como A engenheira da memória . Leitor, questionador, dedicado à escrita, Carrano já publicou outros títulos, instigantes etc e tal, nenhum com a potência dessa narrativa que revela amplo repertório, maturidade e sofisticação de linguagem. A engenheira da memória acontece durante a viagem do protagonista, o jovem Estefan, e sua companheira, Tamires, por alguns pontos da Europa – eles saíram do Brasil no início da pandemia, desiludidos com o país. E apesar dos deslocamentos pelo mundo físico, em que há contato com outros modos de viver, parte significativa da viagem de Estefan será pelo seu universo interior. O conflito com o pai é tema recorrente, não apenas do personagem Estefan, mas no imaginário de Carrano – a temática aparece em outras narrativas do autor, por exe

Waly Salomão e Paulo Leminski

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Cidadezinha qualquer

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A flor e a náusea

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Desdobramento de Adalgisa

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Os inocentes do Leblon

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Carta à rainha louca

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  Hoje tem Carta à rainha louca (Alfaguara, 2019), da Maria Valéria Rezende: É possível compreender a narrativa como o relato de uma mulher, invisibilizada pela sociedade, que deseja se comunicar com outra mulher, integrante de um círculo de privilégios, possibilidades. Isso, no século 18. Mas o romance é bem, muito mais evidentemente do que aquilo que está resumido no parágrafo anterior. Isabel das Santas Virgens é a personagem que escreve sobre a sua continuada experiência dolorosa num contexto em que as mulheres não tinham direitos – e apesar de conquistas, o texto literário de Maria Valéria Rezende dialoga com o presente, mesmo – aparentemente – tratando de um passado em alguma medida distante. "Esta carta que Vos escrevo é minha última esperança". Eis uma das frases reveladoras do propósito da narradora que pretende encontrar audiência em Maria I, de Portugal, a "Rainha Louca". "Imaginei", ela continua, "por um momento, que, tendo fa

Em Face dos Últimos Acontecimentos

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No Senhora Literatura

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Oficina irritada

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Amar

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Elegia 1938

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Hoje tem Alguma poesia

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  Hoje tem Alguma poesia (Record, 2001), do Carlos Drummond de Andrade: Revisito a edição que compulso continuamente há mais de duas décadas – uma impactante estreia da/na poesia brasileira, em 1930. A repercussão de Alguma poesia foi, é total em nosso imaginário, e um (e apenas 1) exemplo dessa força são poemas e versos conhecidos até por aqueles que não leem poesia, como "No meio do caminho". Impossível não percorrer os clássicos "Poema de sete faces", "Infância", "Europa França e Bahia", "Política literária", "Quadrilha" e o mínimo-máximo "Cota zero": " Stop ./ A vida parou/ ou foi o automóvel?". Esses sete incontornáveis poemas citados são fundamentais para aquilo que parece o desde sempre, mas foram eles (entre outros textos poéticos) – certamente no meu caso e também para outras centenas, talvez milhares de leitores e leitoras – que nos formaram, iluminaram com humor, ironia, linguagem ági

Necrológio dos desiludidos do amor

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Hoje tem Senhora Literatura

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Hoje, 3 de fevereiro de 2022, participo do Senhora Literatura, projeto em que a prosadora Francine Cruz entrevista escritores. O encontro acontece a partir das 19h30, ao vivo, no Instagram @francinecruzescritora. Posteriormente, o bate-papo estará disponível no canal do YouTube Senhora Literatura.