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Mostrando postagens de agosto, 2020

Retorno

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  O pé direito se move, o esquerdo também, o direito avança, em seguida o esquerdo, o asfalto irregular fica ali, há segundos, já estou em outro fragmento desta via, agora sem buracos, e continuo a me mover cada vez com mais velocidade.   Centenas, milhares de casas, uma ao lado da outra, sobre, embaixo, casa dentro de casa no bairro dez quilômetros distante do centro, de onde se vê ao longe, observo daqui, prédios em que apartamentos estão ao lado, abaixo e acima de outros apartamentos.   Há uma reta onde estou, com vegetação rasteira nos dois lados, também tem empresas nas duas margens desta estrada, que agora oferece acesso pela direita e é por ali, aqui, que se faz o meu caminho a mais de oitenta quilômetros por hora.   Dezenas de fábricas, hoje parece sair continuamente fumaça pelas chaminés, o nevoeiro segue em direção à cidade para onde vou.   Antes, que é agora, sigo, sim, em breve estarei lá, mas neste momento faço a pergunta que, já sei, não tenho a resposta:

6 de setembro de 2020

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Toda sorte de azar

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"Toda sorte de azar", meu conto inédito publicado na Ideias em 7 de abril deste ano com ilustra do Vitor Mann.  

Cheio de verão no vazio

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"Cheio de verão no vazio", meu conto inédito publicado em 16 de março deste ano na Ideias com ilustração do Vitor Mann.  

Alívio

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Um amor puro

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Amor, meu grande amor

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Perdidos na selva

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Um índio

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Oi

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Crocodile Rock

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Rocket Man

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Stairway to Heaven

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D'yer Mak'er

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Immigrant Song

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All My Love

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Ainda a mesma dúvida

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Uma dúvida

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ONDE ESCREVO

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Hoje estou na série ONDE ESCREVO, da Biblioteca Pública do Paraná: "O convidado da vez é o jornalista e escritor  Marcio Renato Dos Santos , autor de oito livros de contos — entre eles A Cor do Presente (2019), o mais recente — e curador das três primeiras edições da Flibi, a Festa Literária da Biblioteca Pública. 'Importante como a comida, a bebida, o sono e o sonho, a literatura também é, especialmente agora, tão imprescindível como o distanciamento social'."  

A Quem Vai Partir

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Onde nem quando

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  Joana sai do hotel, um, dois, três passos na calçada e a certeza: está na praia. Setenta, sessenta, talvez cinquenta passos a separam do oceano. Não realiza o ritual desde fevereiro de 2020, com mais precisão, desde 26 de fevereiro, Carnaval daquele ano, antes do início da pandemia. Hoje, tantos (quantos?) meses, mais de um ano depois, ela e quase todos podem experimentar quase tudo o que anteriormente era possível.   Os pés na areia, as sandálias em uma das mãos, a brisa toca o corpo de Joana e, se alguém observar, não é difícil ver, há lágrimas no rosto da mulher que veste biquíni escondido atrás de saia e camiseta – dentro da bolsa tem carteira, filtro solar, comprimidos, máscara e um objeto enrolado em uma toalha.   O mar.   Joana tem lágrimas no rosto e os dois olhos no horizonte azul das águas que, lá, em um ponto distante, parece, para ela, que se encontram com o céu, este de um azul mais claro, mas quase da mesma tonalidade que a cor do oceano neste momento – pass

Com João Lucas Dusi na terceira edição de "Às vezes, aos domingos"

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  A terceira edição de "Às vezes, aos domingos" acontece em 6 de setembro, a partir das 17 horas, com o João Lucas Dusi e eu no meu Instagram, o @marciorenatodossantos. Vamos conversar sobre nossos livros, cinema, canções e ainda haverá leitura de poemas. O evento tem apoio da Soma de Ideias e da Tulipas Negras. 

Como eu se fiz por si mesmo

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  Às vezes, Viver é prejudicial à saúde (1998) é o livro do Jamil que eu mais gosto. Passo, então, a cultuar O jardim, a tempestade (1989) como a obra máxima dele. Em seguida, tenho a convicção de que Os verões da grande leitoa branca (2000) reúne o que há de mais expressivo no legado do amigo que partiu em 16 de maio de 2003. No momento, Como eu se fiz por si mesmo (1994) é a obra do Jamil que mais releio, com a qual me encanto e lembro dele. Em 274 páginas, o Jamil retrata algumas nuances da realidade em Curitiba na segunda metade do século 20 ao mesmo tempo em que recria, em fragmentos, o seu percurso. A narrativa me arrebata desde a primeira vez em que li, por exemplo, que “trágico ou não, o destino é uma força cósmica, faz você colidir com os deuses. A carreira é um destino amestrado, decaído, dissuadido, sem fervor. [...] O destino é nocivo à tribo. A carreira é nociva a você”. A descrição de como e quando conheceu o mar é inesquecível, minutos antes de sua infância sumir par

Distraídos venceremos

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  Conheci Feliz ano velho (1982), romance do Marcelo Rubens Paiva, e desabalei em busca de outros livros que tivessem aquela linguagem e dialogassem com o adolescente que eu era no fim da década de 1980. E, “pelos caminhos que ando/ um dia vai ser/ só não sei quando”, apareceu Distraídos venceremos . Li a obra de capa vermelha, amarela, branca e cinza mais de duzentas, trezentas, quatrocentas vezes. Conheço os versos de todos os poemas, os breves, então, posso falar continuamente deles e sobre eles. O ritmo, todo o som, a força das palavras, a sensação de liberdade ao ler e reler a obra: tudo me encantou na poesia do Leminski durante anos, até eu nem precisar mais ler: os poemas habitavam o meu imaginário. E, “ano novo/ anos buscando/ um ânimo novo”, deixei o livro na estante por mais de uma década – as páginas do exemplar que tenho ficaram amarelas. Em 2013 apareceu Toda poesia e viajei outra vez não apenas nos poemas de Distraídos venceremos , mas também nos outros títulos e poemas

Sexo

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  Narrativa para sentir prazer da primeira até a última frase, incluindo todo o conteúdo por 143 páginas – isso na versão da 7Letras, publicada em 2001, a segunda edição do livro. Sexo começa com a frase: “As caixas de som, no teto do elevador, emitiam a música de Ray Coniff”. Não que a sonoridade do arranjador seja, para mim, não sei se para você, estimulante. A obra é irônica, crítica, inventiva, envolvente. Sexo mostra possíveis relações em um contexto corporativo, em que cada ser, no caso do livro, cada personagem é o que ele representa para a corporação em que está conectado, empregado, melhor dizendo, escravizado. Nada de Lucas, Mateus, Marcos e João. Nem Emília, Benta, Narizinho ou Nastácia. Em Sexo tem o Executivo De Óculos Ray-Ban, a Gorda Com Cheiro De Perfume Avon, a Secretária Loura, Bronzeada Pelo Sol, o Ascensorista De Bigode, o Chefe Da Expedição Da Firma e outros. Há personagens, em Sexo , que necessariamente não estão em uma corporação, mas talvez um dia venham a es

Dinorá

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  Após A polaquinha (1985), experiência que dialoga com a estrutura de romance, e depois de Pão e sangue (1988), reunião de contos escritos com toda maestria, recursos e linguagem que o consagraram (inclusive, sob o impacto do texto impecável de João Ferreira de Almeida), Dalton Trevisan inova, de fato, em Dinorá . Neste livro o contista mostra que é possível escrever conto do jeito que ele quiser, por exemplo, fazendo crítica como se fosse um crítico (o que ele também é). “Um conto de Borges” discute um texto do célebre escritor argentino, “Capitu sem enigma” traz argumentos para confirmar que a personagem-central de Dom Casmurro inegavelmente traiu Bentinho, enquanto em “Esaú e Jacó” a narrativa faz uma crítica demolidora ao romance homônimo de Machado de Assis. Há munição contra quase todos, para Curitiba e, em “Turin”, distribuída a ícones culturais da cidade. “Cartinha a um velho poeta” consegue traduzir o que foram, são e serão os chamados poetas de província: “não fosse pai,

Alguma poesia

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  Cem? Duzentas? Trezentas vezes? Mais, certamente li já nem sei quantas vezes esse que é não apenas o primeiro livro do Drummond, mas talvez uma das estreias mais impactantes. Durante o século 20, ele iria se afirmar como poeta (e que poeta, hein?), inserindo no imaginário nacional alguns de seus muitos versos, como o do poema “No meio do caminho”: “tinha uma pedra no meio do caminho”. Tem tanto neste livro, já no primeiro texto, o “Poema de sete faces”, aquele em que a voz poética sugere que, ao nascer, um anjo torto, dos que vivem na sombra, teria dito a ele: “Vai, Carlos! ser gauche na vida”. Alguma poesia tem muita, muita poesia. Tem mais. A maneira de dizer, e o que é apresentado em versos: a infância, as contradições humanas, a inveja (“Política literária”), o humor, tanto sobre e a partir do amor, e do desamor, que eu não devia te dizer, mas essa lua, mas essa cerveja e esse vinho, botam a gente comovido como o diabo. A convite do Jonatan Silva, escrevi sobre Alguma poesia

Leituras afetivas

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Comento o impacto de cinco livros em minha vida: Alguma poesia , do Drummond; Dinorá , do Dalton; Sexo , do André Sant'Anna; Distraídos venceremos , do Leminski e Como eu se fiz por si mesmo , do Jamil Snege. Conteúdo publicado no site do Sesc Paraná.

A luz de Tieta

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Trem das cores

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Magrelinha

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Mimar você

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Nosso estranho amor

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Alegria, alegria

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"Às vezes, aos domingos" com Carlos Machado e Jonatan Silva

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Dia 16 de agosto acontece a segunda edição de "Às vezes, aos domingos", projeto em que um escritor entrevista outro escritor. Carlos Machado e Jonatan Silva vão conversar sobre as suas obras, processos criativos, diálogos da literatura com outras artes, entre outros assuntos. Carlos Machado publicou este ano o seu oitavo livro, a novela Olhos de Sal (7Letras). É de 2019 a edição de Histórias mínimas (Kafka), o recente livro de contos de Jonatan Silva. O encontro é no Instagram do Jonatan, @ojonatansilva, a partir das 17 horas do domingo 16. O primeiro encontro do projeto aconteceu em 26 de julho, com Guido Viaro e eu, os idealizadores da proposta. A ideia é realizar bate-papos aos domingos, não toda semana, às vezes, e a partir das 17 horas, com a finalidade de colocar em evidência escritores brasileiros contemporâneos. "Às vezes, aos domingos"  tem apoio da Soma de Ideias e da Tulipas Negras.

Agora só falta você

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Coisas da vida

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Desculpe o auê

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Caso sério

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Ovelha negra

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O amor em pedaços

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