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Mostrando postagens de outubro, 2021

Amor pra recomeçar

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Robinson Crusoé e seus amigos

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  Hoje tem Robinson Crusoé e seus amigos (Editora 34, 2021), do Leonardo Gandolfi: Um dos assuntos recorrentes nesta reunião de poemas é a perda, e a realidade sem a presença paterna dá espessura a intensos textos poéticos de Robinson Crusoé e seus amigos , como "Sem Título": "Depois de morrer/ nossas unhas/ e cabelos/ continuam a crescer/ dentro do caixão// Só depois de morrer/ meu pai/ começou a crescer/ dentro de mim". "Velho par de chinelos" retoma a questão e a conduz a outra perspectiva: "Meu pai me deu/ seu velho par de chinelos/ só porque eu disse/ que eram confortáveis// No dia do seu enterro/ mesmo sem ver seus pés/ lembrei dos chinelos". A voz poética segue, indicando estar em casa com o afetivo objeto: "Enquanto isso/ bem diante de mim/ minha filha/ de mãos dadas com sua mãe/ aprende a andar". Como arremate, surge a indagação, comovida, a respeito dos passos que aqueles pequenos pés ainda descalços vão empreen

Do mestre hondurenho

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  "Quado acordou, o dinossauro ainda estava lá". Augusto Monterroso (1921-2003).

Primeira edição de "Às vezes, aos domingos"

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Retorno

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Às vezes, aos domingos

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Praça dos amantes

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É hoje!

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A cor do presente

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  Publicado em 2019 pela Tulipas Negras, A cor do presente é o meu oitavo livro de contos.

Aranhas

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  Hoje tem Aranhas (Record, 2020), do Carlos Henrique Schroeder: O título da obra e dos 32 contos, cada um com referência ao nome de uma aranha, podem levar o leitor a elaborar a ideia de teia para refletir sobre os enredos e as suas conexões – inclusive, na última narrativa, personagens de contos deste livro vão se conectar, e essa observação não é sabotagem (muito menos spoiler ) com quem eventualmente ainda não leu Aranhas . Há narrativas breves, de um parágrafo de extensão (a respeito das quais não vou comentar), e, enfim, é nos contos que seguem por algumas páginas que as trajetórias de personagens se esbarram, não raro se fundem, sugerindo aquela ideia de teia – isso acontece em "Fio-de-ouro (Nephila clavipes) ", que inicia com plano-sequência (o que, entre vários sinais, revela o interesse do autor por cinema), em que um motorista de Uber conduz Lena até um hotel. A narrativa, pelo menos em uma das camadas, refaz o percurso da personagem, que nasceu em uma peque

A certeza das coisas impossíveis

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  Publicado em 2018 pela Tulipas Negras, A certeza das coisas impossíveis é o meu sétimo livro de contos.

Outras dezessete noites

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  Publicado em 2017 pela Tulipas Negras, Outras dezessete noites é o meu sexto livro de contos.

Finalmente hoje

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  Publicado em 2016 pela Tulipas Negras, Finalmente hoje é o meu quinto livro de contos.

Mais laiquis

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  Publicado em 2015 pela Tulipas Negras, Mais laiquis é o meu quarto livro de contos.

2,99

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  Publicado em 2014 pela Tulipas Negras, 2,99 é o meu terceiro livro de contos.

Kaki

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  Hoje tem Kaki (Blanche, 2015), do Alvaro Posselt: Mais de uma vez diante de mudança radical no tempo, uma emissora de televisão curitibana fez reportagem sobre o assunto citando o haicai "Curitiba não nos poupa/ ontem tomei sorvete/ hoje tomo sopa". Estampado em um muro no centro da cidade, o breve poema é do Alvaro Posselt, talentoso haicaísta curitibano. Ele demonstra habilidade em captar uma cena e traduzi-la em poucas e precisas palavras, ou seja, é engenhoso na fabricação de haicai – e o poema da página 79 de Kaki faz ver isso: "Feito água da bica/ o instante passa adiante/ O poema fica". Autoexplicativo, é um breve poema e ao mesmo tempo possível definição do que é um haicai: uma foto, recorte de uma cena da realidade, em que o poeta (fotógrafo) não interfere e capta o que consegue registrar daquele instante. Posselt afirma-se haicaísta na cidade em que Helena Kolody (1912-2004) e Paulo Leminski (1944-1989), em alguma medida, fixaram o haicai (po

Golegolegolegolegah!

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  Publicado pela Travessa dos Editores em 2013, Golegolegolegolegah! é o meu segundo livro de contos.

Minda-au

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  Publicado pela Record em 2010, Minda-au   é o meu primeiro livro de contos.

Tesouros de Curitiba

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  Fundamental como ler, caminhar e dormir, a Coalhada Artesanal Preciosa tem o sabor da amizade e da literatura do Jamil Snege (1939-2003), de canções do Charme Chulo e do Dary Esteves, de um clique da Lina Faria, daquele conto do Dalton Trevisan, de um poema da Helena Kolody, de outro inédito do Andrey Luna Giron, de uma visita ao Museu Guido Viaro, do ziguezague na praça Brigadeiro Eppinghaus, das performances da Selvática, do baile da Miri Galeano e da guitarra do Jony Gonçalves, da sofisticação da Lunares flamenco, das narrativas do Wilson Bueno, da expectativa que é um sábado livre, almoço no Maneko's ou no Tartaruga, um desenho do Simon Taylor, a Coalhada Artesanal Preciosa é outro tesouro de Curitiba.   Texto que escrevi sobre afetos & a Coalhada Artesanal Preciosa, que hoje, 12 de outubro, vai sortear um livro às 22 horas em seu Instagram, o @coalhadaartesanal. Já conferiu?  

Onde nem quando

  Joana sai do hotel, um, dois, três passos na calçada e a certeza: está na praia. Setenta, sessenta, talvez cinquenta passos a separam do oceano. Não realiza o ritual desde fevereiro de 2020, com mais precisão, desde 26 de fevereiro, Carnaval daquele ano, antes do início da pandemia. Hoje, tantos (quantos?) meses, mais de um ano depois, ela e quase todos podem experimentar quase tudo o que anteriormente era possível.    Os pés na areia, as sandálias em uma das mãos, a brisa toca o corpo de Joana e, se alguém observar, não é difícil ver, há lágrimas no rosto da mulher que veste biquíni escondido atrás de saia e camiseta – dentro da bolsa tem carteira, filtro solar, comprimidos, máscara e um objeto enrolado em uma toalha.    O mar.    Joana tem lágrimas no rosto e os dois olhos no horizonte azul das águas que, lá, em um ponto distante, parece, para ela, que se encontram com o céu, este de um azul mais claro, mas quase da mesma tonalidade que a cor do oceano neste momento – p

Joana e Georgia

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  Aceclofenaco a cada doze horas e paracetamol mais fosfato de codeína de seis em seis horas. Dessa maneira Geraldo faz a marcação de seus dias recentes e as noites que segue acordado desde que elas, as duas, se foram. Por muito tempo, companheiras inseparáveis dele. Viajaram, juntos estiveram em praias, saunas, montanhas, piscinas, mares, restaurantes, quartos de hotéis e pousadas – e, como Geraldo gosta de dizer, ajudaram a queimar tanta coisa por aí, principalmente dólares.   Agora, sem Joana e Georgia, Geraldo só não cai e não grita por usar medicação. Mas o efeito dos remédios às vezes termina antes do horário previsto, o mal-estar se faz presente e Geraldo lembra, mesmo sem querer lembrar, de Joana e Georgia.   Joana e Georgia eram rebeldes, até e inclusive musicais, surpreendentes, e interferiram na vida de Geraldo.   Estiveram com Geraldo não por amor, mas com a finalidade de prejudicar o empreendedor responsável indiretamente pela cidade ser do jeito que ela é e ai

Quase surge um nada

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  Natália diz que vai criar um personagem absolutamente original. Mostro os dentes, fecho a boca, ela quer saber qual o motivo da minha risada e sigo em silêncio. Repete que o seu plano é construir um protagonista inédito em âmbito mundial. Durante uma pausa em seu discurso, comento que também vale recriar algum personagem do Shakespeare ou do Dalton Trevisan, da Lucia Berlin, do Machado, da Clarice, da Hilda, da Lygia ou do Pirandello, entre tantas opções.   Natália boceja.   Digo que é possível elaborar um personagem a partir de pessoas:   – Misture atitudes de um, nuances do comportamento de outro, um tique de um terceiro, a dicção e o silêncio de uma conhecida e, enfim, está pronto o seu Frankenstein.   Aos gritos, ela diz que sempre desconfiou, mas agora tem certeza. Afirma que sou uma fraude:   – León, você nunca me enganou! É um plagiador. Copia autores e a realidade.   Esta, ainda não sei, é a nossa última conversa. Vamos romper a relação daqui a algumas

As maçãs de antes

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  Hoje tem As maçãs de antes (Biblioteca Pública do Paraná, 2012), da Lila Maia: O título sintetiza a proposta da poeta: revisitar o que teve sabor no passado, por exemplo, o convívio com a doce mãe que já se foi, especialmente em "Cartas poéticas para Maria dos Remédios": "Mãe/ não se pode amar o tempo todo". São muitas as qualidades desta obra, escolhida – entre outros – por Antonio Carlos Secchin e Heloisa Buarque de Hollanda como a vencedora do Prêmio Paraná de Literatura 2012 na categoria poesia – As maçãs de antes teve outra edição em 2014, pela Oficina Raquel. Destaque, sem dúvida, são os magistrais versos – basta ler (ao acaso) cinco, seis, sete deles, ou menos, mesmo em fragmentos, como vou recortar neste comentário, para ter acesso à potência da poesia de Lila Maia. Os desastres afetivos, melhor dizendo, a impossibilidade do amor a dois (contínuo) é mote recorrente em A maçã de antes – em alguns casos ironia e/ou humor relativizam o impasse, com

Enquanto

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  Sete garrafas seguem e Thomas não sabe em que mar cada uma delas está. Mais de vinte cartas já nas mãos de destinatários, centenas de e-mails lidos por interlocutores, confere e, até agora, não há resposta.   Para nenhum vizinho ou voyeur interpretar a movimentação dentro do apartamento como mensagem direta ou não, ao invés de fechar as cortinas, decide – enfim – usar o remédio prescrito pelo Doutor Fausto.   Cada comprimido contém 25 mg de cloridrato de sertralina. Thomas ingere o primeiro de uma caixa com trinta unidades – a medicação deve alterar o funcionamento do corpo, de acordo com o médico, em seis, sete dias.   Mas, antes de o cloridrato de sertralina atuar sobre a serotonina, e aliviar efeitos dos transtornos mentais, o composto químico vai provocar suor nas solas de seus pés.   Thomas sabe que tem algo errado, dois, três, quatro pontos a menos em uma escala de bem-estar de zero a dez, calcula.    Por telefone, o Doutor Fausto recomenda meio comprimido p

Cara de alface

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  Uma mulher passou por aqui, estava tudo limpo, sabe?, tudo, e ela deixou vazar de um pacote areia para gato, que coisa, não é mesmo? Não pediu desculpa, nem falou nada, olhou pra mim, e o olhar dela parecia gritar que eu era a culpada por alguma coisa, por tanto, por muito, por tudo, pode? Fiquei ali, bem quieta, calada, com cara de alface.   Escutei as frases, talvez um parágrafo se fosse para fazer a transcrição, e saí sem entender. Cara de alface? Alface, todos sabem, é a mais insossa das folhas de uma salada. Alface, nem todos têm consciência, mal lavada pode conter parasitas – quanta gente já foi contaminada por meio do vegetal? Alface, nem todos admitem, é o pior item do x-salada, confesse, você sabe disso, alface é o que sobra na mesa se na mesa tem algo além de alface, oh, alface, alface rica em manganês pode prejudicar o funcionamento da tireoide se consumida em excesso, alface que, devido ao seu não gosto, em mais de noventa por cento dos casos impede crianças e adultos

Solitude

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All The Way

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Será

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Do Leme ao Pontal

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Mesmo que seja eu

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As aventuras de Lorde Nélson: uma trilogia

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  Hoje tem As aventuras de Lorde Nélson: uma trilogia , do Caléu Moraes (Editora da Casa, 2021): Ágil, a narração bem conduzida pode até embriagar-atordoar o leitor (atenção, é elogio). E (a palavra, mais do que gasta, é repetida para comentar contos, vai assim mesmo) o nocaute em quem lê pode acontecer devido a inúmeras citações, reviravoltas e ziguezagues que a engenhosa trama apresenta. A narrativa se faz, aparentemente, em busca de Lorde Nélson, o possível melhor escritor catarinense. O (suposto) objetivo, de uma das vozes que narra, é escrever a História da Literatura de Santa Catarina . Mas, por haver camadas e sutilezas, esta proposta literária pode facilmente enganar a leitora, o leitor. Na página 403, pouco antes do fim, é possível ler: "Deveria escrever a História , pediu-me o colega economista, da Literatura de Santa Catarina , pelo que respondi: 'Como se escreve a história de algo que não existe...? Você quer dizer uma ficção?'". Ter citado e

Midnight Blues Band

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Apenas mais uma de amor

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Certas coisas

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Virgem

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Uma noite e 1/2

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