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Mostrando postagens de setembro, 2019

Crimes de paixão

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Crimes de paixão (1978), contos de Dalton Trevisan [Na foto uma edição de 1991]. “[...] Estamos diante de um escritor que me parece o mais profunda e angustiadamente convencido de que o ato de escrever, de criar, envolve uma responsabilidade sem limite, como função principal de sua vida”. Fausto Cunha

A Trombeta do Anjo Vingador

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A Trombeta do Anjo Vingador (1977), contos de Dalton Trevisan [Na foto uma edição de 1981]. “Numa de suas raras entrevistas, Trevisan manifestou certa vez o desejo de permanecer apenas contista e, se possível, reduzindo cada vez mais o tamanho de suas histórias até chegar a perfeição do haicai . Pelo visto em ‘A Trombeta do Anjo Vingador’, sua intenção alcança também a continuidade dos temas. O tom desses 19 contos é recorrente, circular, como se os unisse uma linha sequencial em relação aos livros anteriores”. Jorge de Souza Araújo 

Abismo de rosas

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Abismo de rosas (1976), contos de Dalton Trevisan [Na imagem uma edição de 1979]. “Pois é para saber quem é Dalton Trevisan que, na cisterciense tebaida que erigiu em Curitiba, o mesmo Dalton Trevisan escreve sem parar as suas originais chinesices. Exatamente para isso, ele é um urso; é um lobo feroz. [...] Ninguém sabe quem é Dalton Trevisan. Deus mesmo não sabe e nem por isto se impacienta”. Otto Lara Resende

A faca no coração

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A faca no coração (1975), contos de Dalton Trevisan [Na foto uma edição de 1979] “Além da economia de meios, da síntese da linguagem, dos cortes transversais nos diálogos e narrativas, Dalton Trevisan desenvolve a concreção temporal ou o corte cronológico, de grande efeito no espaço (material) reduzido do conto”. Assis Brasil

O pássaro de cinco asas

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O pássaro de cinco asas (1974), contos de Dalton Trevisan [na foto uma edição de 1996]. “É preciso que cada um de nós que saiba ler se compenetre de que não terá entrado ainda no coração de nossa criação literária, se ainda não tiver lido (com pouco mais que uma dezena de outras culminâncias) Dalton Trevisan”. Antônio Houaiss

O Rei da Terra

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O Rei da Terra (1972), contos de Dalton Trevisan [Na foto uma edição de 1979]. “Ler estas narrações que o contista expõe em seu estado de chaga é inquietar-se. O contista convoca o solidarismo mediante esse tratamento de choque. Ao acentuar a precariedade de suas criaturas, cria um universo mitológico, varrido pela tragicomédia”. Hélio Pólvora

Guerra conjugal

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Guerra conjugal (1969), contos de Dalton Trevisan (Imagem de uma edição de 1995). “A grandeza de Dalton Trevisan está em dar à literatura urbana do Brasil talvez a mais insólita e pungente ‘Seleções do Kitsch’ já reunida nas Américas. Dalton Trevisan coleciona os tabus e os ideais populares e traz para o leitor um álbum amarelecido, de fotografias cafonas e poses de cartão-postal colorido com purpurina”. Leo-Gílson Ribeiro

Mistérios de Curitiba

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Mistérios de Curitiba (1968), contos de Dalton Trevisan. [Na foto uma edição de 1996]. “É chover no molhado dizer-se que Dalton Trevisan possui um completo domínio da técnica do conto – e do conto curto – mestria no manejo do seu instrumento – a linguagem – e um raro poder de equilíbrio do lírico com o trágico. Nele, o enredo é o de menos, importante são as suas palavras aparentemente fáceis em estórias fáceis, mas ninguém se iluda: esta facilidade foi adquirida à custa de um infatigável trabalho de meditação, vivência, observação, numa espantosa recriação do cotidiano”. Hermilo Borba Filho

Desastres do amor

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Desastres do amor (1968), contos de Dalton Trevisan (Na imagem uma edição, a 6.ª, de 1993). “O que impressiona em Dalton Trevisan é sua capacidade de fixar a vida, em flagrante, sem um mínimo retoque; o jeito peculiar de gravar, como a preto e branco, fatos e instantes, deixando nítidos os traços da fisionomia das pessoas, em transes de dor, desencanto ou desespero; a maneira personalíssima de enfocar um momento surpreendente ou uma situação inesperada dos seus Joões e suas Marias. Ele, sempre de olho na condição humana”. Valdemar Cavalcanti

O vampiro de Curitiba

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O vampiro de Curitiba (1965), contos de Dalton Trevisan (Na imagem uma edição, a 19.ª, de 1998). “O dom de Dalton Trevisan é a habilidade de escolher e destacar um único momento, um lampejo, poucas linhas de diálogo, e projetar artisticamente esse microcosmo de vida”. Robert A. McClean, Boston Globe

Morte na praça

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Morte na praça (1964), contos de Dalton Trevisan [Na fotografia, edição de 1998]. “Entre nossos contistas, ninguém usa o recurso da elipse com mais propriedade que Dalton Trevisan, enxuto na linguagem sem ser indigente na substância”. Haroldo Bruno

Cemitério de elefantes

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Cemitério de elefantes (1964), contos de Dalton Trevisan [Na foto, uma edição de 2002]. “Se você vai ler DALTON TREVISAN pela primeira vez, eu o invejo. Não é todos os dias que temos essa revelação do primeiro encontro com um grande escritor. Digo-lhe mais: você vai encontrar DALTON TREVISAN em um dos melhores momentos, este Cemitério de elefantes ”. Fausto Cunha

O grito da borboleta

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No dia 5 de outubro, a partir das 15 horas, João Lucas Dusi autografa o seu livro de estreia, O grito da borboleta (contos), publicado pela Editora Penalux. O evento acontece no Café Tiramisù - Café e Bistrô, no centro de Curitiba, anexo ao Museu Guido Viaro.

Novelas nada exemplares

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Novelas nada exemplares (1959), contos do Dalton Trevisan (Na imagem, uma edição de 1994). "Como simples leitor, cumpre-me expressar o respeito e a admiração pela obra do contista paranaense, certo de que a sua presença em nossas letras marca um dos momentos mais puros e belos de nossa época literária". Carlos Heitor Cony

Celebração

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Se não vieste, como celebrar a tua vinda? A manhã é luminosa, grande e belo será o dia e certamente grande e bela será também a noite. E não vieste. Como sempre, não vieste. Assim, vou pôr rosas na mesa e abrir o vinho, para, mais uma vez, celebrar a tua permanência. Poema de Ruy Espinheira Filho publicado em A casa dos nove pinheiros (2012) e em Estação infinita e outras estações (2012).

Aguinaldo Severino resenha O Princípio da Incerteza

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O Aguinaldo Severino resenha O Princípio da Incerteza , romance de Guido Viaro. Conteúdo publicado em Livros Que Eu Li. Leia por aqui .

FULANO É COLUNÁVEL

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há quanto tempo não ouvia algo assim e fico pensando se fulano ficaria melhor como coluna dórica ou jônica Poema de Ruy Proença publicado em Caçambas (2015).

O REFÚGIO DO CORSÁRIO

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ondas sobre ondas vagas que não cessam daqui onde olhos são antenas vejo mas não ouço o ritmo do mar nuvens claras e bandeira negra a miragem de um navio fantasma tremula no poema Poema de Ademir Assunção publicado em A voz do ventríloquo (2012).

Poema de Marcos Siscar

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o poema não foi feito para você mas seu nome cabe nele tão perfeito como se antes de ser feito o poema já se visse a seu nome nome afeito fosse feito do seu nome no poema não haveria nada mais do que fora feito em seu nome apenas caberia ao nome o pretérito mais que perfeito (antes mesmo ou depois de descoberto o nome mais que perfeito atravessa rumo à promessa do outro verso até que da flor finalmente recoberta o poema possa reter o gosto bruto da leveza o seu nome guarda inteiro a novidade do passado retirado da imprudente e devastada singeleza) Poema de Marcos Siscar publicado em Metade da arte (2003).

Enquanto o respirar

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O amor morreu diz quem não sabe amar, morreu a arte o romance se foi o autor está defunto. Aninham-se os coveiros nas suas frases enquanto o respirar das coisas mortas ergue sereno o peito do mundo. Poema de Marina Colasanti pubicado em Passageira em trânsito (2009).

violinos

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música em surdina abismos de Paganini as rosas sem fim secreto teu olho cigano passeia os cílios em mim Poema de Wilson Bueno publicado em Pequeno tratado de brinquedos (1996).

o que sobra

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o que sobra são buracos na sola do sapato essa vontade irreprimível de pegar o próximo trem meu nariz que não para de escorrer o gesto mecânico de secar o lenço o jeito quase puritano com que me movimento meu lastro de cartões de boas festas o sorriso sonso de quem não sabe por onde andou o que sobra é o que chamam de destino esse travo amargo e a impossibilidade de beber até o último trago Poema de Mário Bortolotto publicado em Um bom lugar pra morrer (2010).

ORIGAMI

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As cores no piano ignoram a terceira que repara na sombra de novo um fruto. Nuances passam frias do resíduo diálogo segundo o olho fora, imposição. Manchas se fazem mãos móveis pelo papel. Se duvidas, amassam o continente. E farão desse céu triângulo, esfera capaz de moto próprio, outra pupila. Poema de Moacir Amâncio publicado em Figuras na sala (1996) e em Ata (2007).

nunca houve cerejas à mesa

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o gosto rondando a boca caldo entranhando-se entre dentes e imaginação mãos úmidas de vermelho olhos fechados sob a figueira na rede cerejas cerejas cerejas havia guabijus Poema de Sergio Napp publicado em Memória das águas (2002).

SILÊNCIO

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que olhos de vinho e saudades se escondem nesses mansos olvidos das nuvens de setembro? que vidrilhos de lisa e furta cor se estendem nas madeixas da noite em seus movimentos de entranhas e estradas sem ausências? Silêncio, encerrado em melodias curtas e infinitas, o silêncio escorre suas águas – no seu oceano corre o átomo do amor. Poema de Jandira Zanchi publicado em Gume de gueixa (2013).

O chorare vai chegar

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Conheço alguns de seus segredos, de você, você mesmo, você mesma pessoa só. É sobre você que estou falando, mas não vou revelar agora, nesta frase, aqui, não vou abrir o jogo imediatamente. Sei tanto a seu respeito, talvez mais do que você, que ilude a si mesmo há anos, sabe sobre essa ficção em que você se transformou, pessoa que veio do pó, pessoa só, futura pessoa pó. Antes de o galo cantar pela terceira vez, e antes de negar o inegável, você mata o galo, não é mesmo? Mas não sou galo nem tolo pra contar isso a qualquer pessoa, muito menos revelar a você que conheço os seus movimentos, assassino de galos, você que corta a língua da testemunha número 1, compra por pouquíssimos dinheiros o silêncio da testemunha número 2, fura os olhos da terceira testemunha e, se necessário, também mata a testemunha 666. Os seus amigos e amigas recentes não vão acreditar, nunca, talvez um dia, sei lá, não sei, que você é chupa-cabra, aranha marrom, zé ruela. Essa gente deixa-se enganar por um

CORRENTE

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Não há pressa nos rios apesar das corredeiras com seu repertório de urgências. Apenas novos mistérios que neles mergulham mal irrompe o dia. Seremos derrotados pela verdade, essa aflita correnteza que implodirá a festa da existência, a frágil iminência dos desejos. Poema de Ronaldo Cagiano publicado em Os rios de mim (2018). 

neste interlúnio

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Neste interlúnio Sou um dilúvio ou me afogo. E entre espectros que comprimem, Nada se cumpre, O destino esfarela. De querela e farinha se ergue um olho. As vozes despetalam, Os períodos se abrandam, Orações inteiras lentas se consomem, Em poços há sumiço de palavras moucas. Neste interlúnio Sou fagulha ou hulha inerte. Enorme berne entra corpo adentro, Entre os dentes, carne. Arde o ente e cospe, Cuspe inútil invadindo espaço. Moléculas moles coleando, Víboras vagas se rimando, Poetas quietos entreolhando Coisas coisas que falecem. Neste interlúnio, Sou coisa ou poeta. agosto/68 Poema de Ana Cristina Cesar publicado em Inéditos e dispersos: poesia/prosa (1985) e em Poética (2013).

Poema de Cyro dos Anjos

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Não sei quem sou nem o que valho, qualquer opinião me afeta qualquer esquivança me agrava. Invejo Robinson Crusoé bastante a si mesmo forte, jovial, inventivo, Robinson Crusoé, acendendo o seu foguinho na ilha. Poema de Cyro dos Anjos publicado em Poemas coronários .

Anjos da guarda

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Existem pessoas que usam o olhar Para acalmar a dor e afastar a morte. São os anjos que mal percebem Sua função principal, que É pegar uma partícula mínima Do que em nós ainda importa E jogar contra os seres que Aguardam do outro lado da porta. Essas pessoas sem nome – Poucos sabem de onde vêm – São as loucas da aldeia Da nossa infância. Com sutil elegância nos guiam Entre o veneno do falso xerez E o caminho corajoso do talvez. Poema de Fausto Wolff publicado em Gaiteiro velho (2003).

Ok ok

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Ok, ok o muro está praticamente destruído ok, o muro é insensível ao vento, à manhã, à tarde a si mesmo destruído máquina do tempo, sabotagem musgo desertar da sina de existir rosicante burocrático garr, div a sós, a esmo dane-se, vingança escombros, palavras tudo nosso pense no mundo dos moluscos e suas verdades matemáticas eva asse essa ave paradisíaca um rato entre os dentes carcomidos como sempre o tráfico está carregado e áspero Poema de Régis Bonvicino publicado em Página órfã: (2004-2006) e também em Até agora (2010).