Ok ok


Ok, ok o muro está praticamente destruído
ok, o muro é insensível
ao vento, à manhã, à tarde
a si mesmo


destruído
máquina do tempo,
sabotagem
musgo


desertar da sina de existir
rosicante burocrático
garr, div
a sós, a esmo


dane-se, vingança
escombros, palavras
tudo nosso
pense no mundo dos moluscos


e suas verdades matemáticas
eva asse essa ave
paradisíaca
um rato


entre os dentes carcomidos
como sempre
o tráfico está carregado
e áspero


Poema de Régis Bonvicino publicado em Página órfã: (2004-2006) e também em Até agora (2010).

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