Décima quinta edição de "Às vezes, aos domingos" em destaque no Curitiba de Graça
O
Curitiba de Graça destaca a décima quinta edição de "Às vezes, aos
domingos", confira:
Maureen
Miranda e Luísa Cristina dos Santos Fontes são as convidadas da décima quinta
edição de “Às vezes, aos domingos”, que marca um ano do projeto literário que
tem curadoria dos escritores curitibanos Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos
para dar visibilidade à literatura produzida no Paraná.
“Não
por acaso, convidamos duas autoras para celebrar a edição de um ano.
Evidentemente queremos dar foco, e não apenas nessa edição, mas no projeto como
um todo, a vozes femininas, além de autores pouco badalados, mas com obras
impactantes”, dizem os curadores.
O
encontro entre as escritoras, que irão se entrevistar e ler textos autorais,
acontece em 25 de julho, a partir das 17h, no Instagram @maureen_miranda. “Absolutamente sem
roteiro e ao vivo, o bate-papo poderá seguir trilhas inusitadas, autênticas,
surpreendentes, imprevisíveis. O público vai se surpreender e nós também. É
desafiador”, comenta Luísa Cristina dos Santos Fontes.
Até
junho, Maureen e Luísa não se conheciam e, desde então, passaram a dialogar,
virtualmente, a partir do convite que receberam para participar do bate-papo
literário. “Acho superdesafiador. A Luísa e eu estamos em contato, conversando
e lendo o trabalho uma da outra. Vamos nos divertir e ao mesmo tempo falar
sobre a potência do ser humano, algo que a literatura pode oferecer”, diz
Maureen Miranda.
Biografias e desejos
Paranaense
de Pato Branco, Maureen Miranda é mais conhecida como atriz: faz teatro desde
os 14 anos e aos 18 ela se profissionalizou. Integrou a Companhia Brasileira de
Teatro e, a partir de 1995, fez parte da Sutil Companhia de Teatro, que se
encerrou as atividades em 2014. Posteriormente, fundou a sua própria companhia,
a Clepsidra, por meio da qual dirigiu três peças autorais: “Os 3 Espelhos”,
“Não assim tão longe” e “Algum lugar nenhum”.
Luísa
Cristina dos Santos Fontes nasceu em Barra do Piraí (RJ) e desde a infância
vive em Ponta Grossa, onde atuou como professora no curso de Letras da UEPG até
se aposentar. Na década de 1990, a convite de Zahidé Lupinacci Muzart
(1939-2015), da UFSC, Luísa passou a estudar vozes femininas na literatura, o
que resultou em seis capítulos da obra Escritoras
Brasileiras do Século XIX. “Até hoje, o que produzo é consequência dessa
iniciação. Foram muitas leituras teóricas, muitos encontros do grupo de
pesquisa, muitas viagens em busca de informações. De certa forma, por causa
dessa pesquisa (ininterrupta) é que estou aqui”, afirma a estudiosa.
Tanto
Maureen como Luísa também produzem textos autorais, respectivamente, literários
e poéticos. “Ramira”, conto que Maureen começou a escrever em 2017,
“primeiramente pensando em um roteiro para cinema”, foi publicado recentemente
no Plural. Ano passado ela escreveu “Sunny” e “Samuel”, duas breves narrativas.
Autora
da tese de doutorado, defendida em 2012 na USFC, “Helena Kolody, carbono &
diamante, uma biografia ilustrada”, Luísa é autora, entre outros títulos, do Roteiro Literário Helena Kolody,
publicado em 2018 pelo Governo do Paraná.
Luísa
também é poeta, Maureen faz trabalhos para a Rede Globo como atriz e ilustra
livros, mas esses assuntos, incluindo atividades artísticas que elas
desenvolveram na pandemia, vão ser comentados durante a live, em 25 de julho.
Um ano de literatura virtual
Em
2019, Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos conversavam sobre a necessidade de
criar um projeto para dar voz e palco a autores paranaenses, algo que não
existia até então – havia leituras públicas, mas eles desejavam uma proposta
mais ampla, com a possibilidade de conversa dos autores entre si e com o
público.
O
evento, a dupla planejava, poderia acontecer em uma sala, auditório ou em um
teatro de Curitiba. 2019 acabou, veio 2020 e a pandemia. Evidentemente, não foi
possível promover encontros presenciais. Eles optaram, então, por bate-papos
on-line, especificamente, no Instagram. “Poderíamos, por exemplo, realizar o
evento pelo Zoom ou em um canal de YouTube, mas a opção foi pelo Instagram de um
dos autores de cada encontro. Por quê? Para divulgar o autor e o seu
Instagram”, comentam os curadores do projeto “Às vezes, aos domingos”, que teve
a sua primeira edição em julho de 2020.
Desde
então, mais de 20 escritores paranaenses, das variadas regiões do estado, já
participaram da iniciativa, em que a cada encontro dois convidados se
entrevistam, sem a presença de mediador. Oscar Nakasato, Jaqueline Conte, Paulo
Venturelli, Etel Frota, Luiz Felipe Leprevost, Daiana Pasquim, Carlos Machado,
Eliege Pepler, Roberto Nicolato, Salma Ferraz, Alexandre Gaioto, Andréia
Carvalho Gavita foram alguns dos autores e autoras que estiveram em “Às vezes,
aos domingos”. Fábio Campana (1947-2021) fez a sua única live na décima edição
do projeto, em março passado – ele morreu vitíma da Covid-19 em 29 de maio.
A
iniciativa tem o apoio da Soma de Ideias, Tulipas Negras e Coalhada Artesanal
Preciosa. Mais informações em tulipasnegraseditora.blogspot.com e
no Instagram @somadeideias.
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