Violino
De
onde quer que venha a música
deve
vir por meio de um instrumento.
Talvez
por isso amemos tanto o instrumento
que
mais se parece conosco –
um
longo pescoço,
uma
garganta que ama o toque,
vísceras,
um
corpo que ressoa,
e
a vida, o arco de crina e madeira
que
nos põe a trabalhar horas cacofônicas a fio,
que
funde escuro e luz em um tom profundo,
que
nos toca, obstinado, em música.
Poema
de Moya Cannon, traduzido por Luci Collin, presente nas páginas de Melodias migratórias (2017).
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