Curitiba
Chuva e Curitiba: eis nossa invenção,
qualquer desculpa para ficar em casa.
O derretimento polar chegou aqui.
Vapores frios, a cabeça baixa,
a rua úmida.
Eu amo essa coisa cinza no quadro da janela.
Sinto-me um Kierkegaard à espera da filosofia.
O sabor da província é a flecha de Zenão:
lépido no universo
fazendo a curva
sem sair do lugar.
Entre você e o espaço,
nenhum centímetro de folga.
Curitiba nem roupa é – é pele.
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