Carnaval 2021 é "Às vezes, aos domingos" com Paulo Venturelli e Eliege Pepler
O
Curitiba de Graça destaca a nona edição de “Às vezes, aos domingos” com Paulo
Venturelli e Eliege Pepler no domingo de carnaval, 14 de fevereiro. Confira:
Paulo
Venturelli e Eliege Pepler são os convidados da nona edição de “Às vezes, aos
domingos”, evento on-line mensal que em fevereiro acontece no domingo de
carnaval (14/02), a partir das 17h, no Instagram @eliegepepler.
Segundo
Venturelli, esta edição de “Às vezes, aos domingos”, na data em que vai
acontecer, é a literatura carnavalizando o próprio carnaval. “Já que carnaval é
a festa da carne, literatura é sempre carne viva, pulsante, carne sangrando em
cima dos olhos que às vezes se negam a ver”, afirma o catarinense de Brusque
radicado em Curitiba desde 1974.
E,
Venturelli continua, comentando que um domingo de carnaval em plena pandemia é
um contrassenso em termos reais. “Já que não dá pra sair e festejar, é possível
ir à tela ver/ouvir alguém falando, talvez trazendo um brinde à vida nestes
tempos de morte. Carnaval é vida. Literatura é vida recriada”, comenta o
professor aposentado da UFPR, autor de Três Contos (2020), entre uma dezena de
livros: “Talvez uns 25. Estou com preguiça de ir na estante contar”, brinca
ele.
Presente
resistência
Eliege
Pepler diz que participar de uma live sobre literatura, como “Às vezes, aos
domingos”, é um presente. “Porque acredito ser um espaço para falar sobre o que
eu mais gosto, que é a leitura literária, e o quanto ela me move na criação de
outros mundos possíveis”, afirma a autora de Histórias Esquecidas, livro de
contos contemplado no edital “Outras Palavras”, do Governo do Paraná, em 2020.
Para
Venturelli, o projeto é um ato de resistência ante tantos descalabros pelos
quais o Brasil passa “capitaneado por obscurantistas”. “Também é uma forma de
levar um pouco do meu trabalho a outros”, completa, acrescentando que, para
ele, entrar em cena neste projeto pode fazer com alguma pessoa do público
sinta-se motivada a ler mais.
“Quem
sabe, a pessoa venha a procurar meus e outros livros e assim iniciar um
processo de leitura que a leve a pensar com mais clareza a si mesmo e ao mundo
que o cerca. Literatura é uma arte inquietante e só pessoas inquietas pensam e
procuram alterar algo no mundo, saindo da bovinização”, comenta.
Amizade
literária
Os
dois convidados da nona edição de “Às vezes, aos domingos” são amigos há mais
de 20 anos. Eliege Pepler conheceu Paulo Venturelli em 1999, quando começou a
estudar Letras na UFPR. “Ele foi meu professor de Literatura Brasileira, e
lembro do impacto que a sua figura , o tom da voz dele e o conteúdo do que ele
dizia causaram naquela menina que eu era”, conta.
A
escritora diz que, imediatamente após conhecer Venturelli, viu-se emparedada
diante dos seus preconceitos “cultivados no seio familiar e no ambiente de
trabalho que eu tinha até então.”
“Encontrei
nas aulas do Venturelli uma possibilidade de finalmente superar minhas
fragilidades e inconsistências”, confessa a professora de literatura e língua
portuguesa no IFPR, doutora em Letras pela UFPR.
Segundo
Paulo, Eliege é uma das mulheres mais corajosas e guerreiras que ele conhece.
“Sua história de vida dá um romance de Nelson Rodrigues. Tem um coração
gigantesco. É sensível, crítica, esperneia contra o ‘real’ que empesta o nosso
cotidiano”, define ele, que não deixa de pontuar que a literatura de Eliege
Pepler é inquieta, “busca caminhos não trilhados, dá voz a mulheres que
enfrentam barra pesada.”
Visibilidade
à literatura paranaense
Idealizado
e com curadoria de Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos, “Às vezes, aos
domingos” acontece mensalmente desde julho de 2020 para dar visibilidade para
autores paranaenses ou radicados no Paraná.
Já
participaram do projeto, entre outros autores, Andréia Carvalho Gavita, Roberto
Nicolato, Francine Cruz, João Lucas Dusi, Carlos Machado, Jô Bibas, Alvaro
Posselt, Jaqueline Conte, Jonatan Silva, Otto Leopoldo Winck, Etel Frota e
Willy Bortolini.
Comentários
Postar um comentário