A gueixa sem século

 

Amanhã (19) tem A gueixa sem século (Insight, 2022), do Guido Viaro:

Você percebe, eu também conheço, a ficção do Machado de Assis, talvez pela linguagem sofisticada. A prosa do Pedro Nava parece uma conversa, oralidade pura, mas é pura arte da palavra escrita. E as narrativas do Dalton Trevisan? Basta uma frase, tudo certo, nenhum excesso, é poesia, apesar de ser prosa. 

A literatura do Guido Viaro também é assinada, mesmo se ele não assina um texto. 

Foi com pseudônimo que o Guido conquistou o primeiro lugar – categoria romance – na primeira edição do Prêmio Biblioteca Digital, da Biblioteca Pública do Paraná, em 2020. 

Os jurados que leram O cubo mágico não sabiam quem era o autor, e premiaram justamente aquela linguagem que nós, leitoras e leitores do Guido, tão bem conhecemos e identificamos após seguir por poucas linhas. 

E mais.

Solidão.

Personagens inquietos.

Filosofia em meio ao enredo.

Deslocamento temporal para tratar de questões de nosso tempo, de todos os tempos.

Interrogações sobre a falta de sentido da vida.

Com esses cinco elementos, presentes nessa obra em progresso, o Guido elaborou A gueixa sem século, o seu vigésimo romance.

A protagonista, Aiko, sintetiza o projeto cultural do romancista curitibano: ela nunca se conforma, com nada, apesar de em alguns momentos ter o que alguns podem considerar o tudo.

Aiko deixa o seu Japão natal para viver na Europa, nos Estados Unidos, na África e na Ásia. Experimenta diversas profissões, conhece o pior e o melhor dos seres humanos, o que vai levá-la a refletir que “o universo era apenas a sala de espera para o nada absoluto”.

Não apenas o final, o enredo também traz surpresas variadas, mas o desfecho, vocês vão ver, é surpreendente e complexo, como a vida, como todo esse legado literário do Guido Viaro.

Texto que escrevi para a apresentação e está na orelha de A gueixa sem século, o vigésimo romance do Guido Viaro. O lançamento acontece amanhã, sábado, 19 de novembro de 2022, das 14h às 19h, no Museu Guido Viaro (Rua XV de Novembro, 1.348), no centro de Curitiba. Com 256 páginas, o livro custa R$ 50. Entrada gratuita.