Osso para Wilson
Penso em Wilson Bueno
como um osso ao relento,
nu e núbil como um osso
a esmo.
Osso que se bastasse
de sua óssea alvura,
nu e núbil de sua própria
lua.
Osso que se recusasse
à sina que o paparica
e se adornasse de sua
própria adrenalina.
Osso à deriva, a dedilhar
seus venenos como uma
visita.
Osso Wilson Bueno
Ouço sua cítara.
Poema de Jamil Snege (1939-2003) publicado em O jardim, a tempestade (1989).
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