É um milagre ouvir Eletric Ladyland. Já nos primeiros segundos você pode entrar no universo sugerido por Jimi Hendrix. Lá tem cores, movimento permanente, sequências não óbvias, quase nada parado, talvez apenas você que ainda não entrou nas canções e no muito que elas têm. Do mundo Eletric Ladyland você pode seguir para o Blue Train, do John Coltrane, ou para o Kind of Blue, do Miles Davis. Às vezes, não poucas, confundo esses dois álbuns, talvez pelo fato de o Coltrane estar em ambos. E a exemplo do Eletric Ladyland, o Kind of Blue e o Blue Train possuem singularidades, cada um com a sua atmosfera, planetas azuis para onde o viajante só não vai se não quiser. Compromissos de 2019 criaram novo percurso em meu cotidiano: a rua Alberto Folloni, exatamente no ponto em que está situado o prédio cor de laranja em que o Jamil Snege passou os seus últimos anos. Ele partiu em 2003, portanto há um silêncio de mais de uma década. E todo dia lembro do Jamil, de alguma situação em sua ...