Entro no Imperial, ali na José Loureiro, caminho até uma das mesas, sento em uma cadeira e peço uma água mineral com gás. Antes do garçom trazer a bebida gelada, surge uma mulher, não sei de onde, senta em uma cadeira na minha frente, e diz: – “Um pouco mais de sol – eu era brasa. Um pouco mais de azul – eu era além.” – Que lindo... – É de um poema do Mário de Sá-Carneiro, sabia? – Não... – Você é o Marcio, não é? – Sou, sou sim. Como você sabe? – Sabendo. Eu sou a Paloma, prazer. – Prazer, Paloma. – Quer dar uma volta comigo? – Seria bom, ótimo. Mas eu pedi uma água... – Com gás, não é isso? Deixe a água pra lá... – Mas eu fiz o pedido... – Marcio, vem comigo. No caminho eu te explico. Caminhando sem saber para onde, segui, ao lado de Paloma. Ela pegou, de um dos bolsos de sua calça, um cigarro, acendeu e perguntou se eu queria. Fiquei com vontade, mas estou sem fumar desde 2009. Recusei. – Estou tentando parar. Na verdade, parei. – Não precisa se explicar, Marcio. Não